quinta-feira, 13 de maio de 2010

Lendas de Timóteo V

Assombração da Quaresma
Narradora: Maria Santiago Silveira - 60 anos - Timóteo

Desde 1918 era costume no Arraial de Timóteo os jovens jogarem peteca feita de palha de milho com penas de galinha, pato ou angola às tardinhas nos terreiros das fazendas. As histórias de capeta, assombração eram contadas à noite, ao redor de fogueiras ou dentro das cozinhas ao lado do fogão à lenha. Nos quarentas dias de quaresma poucos moradores saiam durante a noite com medo da mula sem cabeça, Lobisomem, Saci Pererê e Almas Penadas.

Cabloco d'água
Narradora: Dona Rita de Cássia Santos (Vó Rita) - 50 anos - Timóteo

Meu pai sempre falava comigo que no rio morava um cabloco d'água e se a gente quisesse encontrar com ele era só preparar uma pescaria à tarde. Uma vez, ele e seus amigos prepararam uma pescaria numa tarde muito quente. Quando chegaram lá no rio, lançaram os anzóis bem tranquilos. O anzol do meu pai começou a se movimentar e ele pensou que fosse peixe. Quando puxou o anzol para cima ele assustou porque nele veio o cabloco, junto com o peixe. Eu sempre perguntava para ele como era o caboclo e ele falava assim: "Era um senhor muito grande, com o corpo todo coberto de cabelo. Todos os pescadores tomaram um grande susto e, morreram de medo. Mas o cabloco que não gosta de pesca, pois é amigo dos peixes, olhou para eles e, sem uma palavra, sumiu no rio.

Um comentário:

  1. Muito legal! Nunca tinha ouvido falar sobre lendas de Timóteo, fora aquelas que nossos avós sempre inventam. Muito legal, fiquei curiosa com a do Cabloco D''agua e usei em um trabalho escolar. Obrigada!

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