quarta-feira, 4 de novembro de 2009

Acervo Arquitetônico e Urbanístico de Timóteo

Seção 1 - Região Sul
Em 2006, foi inventariada a seção 1, que corresponde à Região Sul do Município - porção conhecida como "Timóteo". Tem-se nesta área as referências do início da formação do povoado, concentrando remanescentes da primeira ocupação, principalmente no entorno da Praça 29 de Abril.
Tendo sido ocupada inicialmente por pequenos fazendeiros que cultivavam suas terras, a região apresenta características distintas das demais regiões, mantendo ainda características rurais.
Sendo assim, foram inventariados exemplares de casas e sobrados com feições coloniais, além de antigas sedes de fazendas, atualmente inseridas na área urbana. Estes bens caracterizam a forma de ocupar, construir e viver dos primeiros moradores de Timóteo. A Praça 29 de Abril é a representante das estruturas urbanas que remetem à formação do povoado.
Como estruturas arquitetônicas desta primeira ocupação pode-se destacar as sedes da Fazenda Córrego de Timóteo, Fazenda Boa Vista e Fazenda da Revolta. Em ocupação posterior, tem-se: a Igreja Matriz de São Sebastião, o Primeiro Cartório de Paz e Notas de Timóteo, a Casa de Memória, o Clube Campestre Choupana e a sede da Prefeitura Municipal.

Seção 2 - Região Sudeste
A seção 2 (antiga seção 4), também inventariada em 2006, corresponde à Região Sudeste. Localiza-se entre a porção Sul e norte do município, "Timóteo" e "Acesita", respectivamente. Desta forma, tem sua ocupação diretamente ligada à sua posição intermediária entre os dois núcleos.
Nesta seção foram inventariadas obras marcantes da arquitetura contemporânea da cidade, representantes da ligação da região antiga (Sul) com a moderna (Norte) de Timóteo, como o Centro de Convivência Trajano Quirino Bicalho e a Praça do Timirim, projetada pelo renomado arquiteto Éolo Maia.

Seção 3 - Região Nordeste
Nesta região localizam-se os bairros residenciais, antes exclusivos dos funcionários da ArcelorMittal, antiga ACESITA, sendo parte da região conhecida pelo topônimo. Portanto, tem seu processo de formação diretamente ligado à instalação da então Companhia ACESITA, em 1944.
Como até então a área era desprovida de infra-estrutura, a Companhia se encarregou de instalar recursos básicos em seus acampamentos e canteiros de obras. Na construção dos primeiros bairros para abrigar seus funcionários foi necessário que a ACESITA produzisse, na própria área de construção, o material necessário às obras, devido à dificuldade de acesso da região a esses produtos. Esse efeito deixou marcas como o Forno Hoffman, já desativado.
Sendo assim, nesta área foram inventariados em 2004 bens referentes à ocupação da cidade relacionada à Siderúrgica, exemplificando seu processo de desenvolvimento e industrialização. Foram selecionadas as edificações mais representativas nas diversas tipologias, expressando a pluralidade da ação da Usina na cidade. Destacam-se: Escola Municipal Carlos Drumonnd Andrade, antigo Clube dos Operários (Associação dos Aposentados), Igreja Matriz São José, e ainda um remanescente de ocupação anterior, a Sede da Fzenda José Izídio.

Seção - Região Norte (Antiga Seção 2)
Como na região Nordeste, a história da região Norte também está relacionada à chegada da Companhia ACESITA (hoje ArcelorMittal) no município, sendo esta área correspondente ao "Centro de Acesita", concentrando a maior parte doi acervo mencionado.
Com a chegada intensa de novos funcionários, novos bairros eram criados: Vila Bromélias, primeiras casas de alvenaria e residências médicos que atendiam à Compnhia; Vila dos Técnicos, bairro dos engenheiros; Vila dos Funcionários, onde se concentrava o corpo administrativo. Atualmente, grande parte dessas habitações guarda suas características originais.
Nesta região, encontra-se, também, o principal centro de comércio e serviços do município, além de alguns desses bairros residenciais dos antigos funcionários da ACESITA. A arquitetura e os munumentos referem-se, em sua maioria, à história da Companhia ACESITA, tendo sido inventariados em 2004 os seguintes bens: Escritório Central da Cia Acesita, Igreja São José, Fundação Acesita, Colégio Macedo Soares, antigo Hotel Acesita, antigo Cine Marabá, Edifício Pioneiros, Secretaria de Obras - Antiga Escola Técnica de Metalurgia, Grupo Escolar Getúlio Vargas, Estação Ferroviária Mário Carvalho, antigo Forno Hoffman e a Ponte Mauá, além de uma residência. Como estrutura urbanística destaca-se a Praça 1º de Maio.

Seção 5 - Região Oeste
Esta seção compreende os bairros Santa Rita, Petrópolis, Bairro dos Vieiras e o Distrito de Cachoeira do Vale. Trata-se de outra ramificação da região original da Companhia ACESITA, com ocupações irregulares e crescimento sem planejamento, tendo se desenvolvido a região a partir do Distrito de Cachoeira do Vale.
Destaca-se nesta área um exemplar de arquitetura pós-modernista, projeto de Éolo Maia, de grande significância tanto para a região, como para todo o município: Escola Estadual João Cotta de Figueiredo Barcelos, bem inventariado em 2007.
Trata-se de uma escola estadual representando, portanto, edificação nstitucional de grande destaque para a população local, de baixa renda.
Seção 6 - Região Sudoeste
A seção 6 refere-se à outra ramificação da região original da Companhia ACESITA, com bairros de classe média e baixa. Destaca-se, no bairro Vale Verde, a Escola Estadual Percival Farqhuar, projeto do arquiteto Éolo Maia.
No bairro Ana Moura, destacam-se os bens relacionados à história desta pioneira (Ana Moura). Antiga proprietária de grande parte das terras nesta região, doou os terrenos para a construção da Igreja do Ana Moura e Escola Municipal Infantil Ana Moura, estruturas arquitetônicas inventariadas em 2007.
Seção 7 - Região Leste
A região Leste compreende os bairros: Alegre, Alphaville, Licuri, Limoeiro, Macuco, Nova Esperança, Recanto Verde, Santa Terezinha. São bairros de ocupação posterior a chegada da ACESITA. No entanto, tal região teve sua ocupação iniciada junto com a formação da cidade, tendo como patrimônio de grande destaque a Fazenda do Alegre, onde teria se iniciado a formação do vilarejo de São Sebastião do Alegre, como já foi conhecido o município de Timóteo. Destacam-se, também, a Fazenda dos Maia e o Grupo Escolar Virgínia de Souza Reis, exemplares também de formação da cidade.
De ocupação recente, destacam-se os bairros Alphaville e Recanto Verde, conjuntos projetados e financiados pela Companhia ACESITA, na década de 1990, representando a forte influência ainda exercida pela Companhia na ocupação da cidade, tendo sido esses conjuntos também inventariados em 2007.
BENS MÓVEIS E INTEGRADOS
Na Região Norte, porção chamada "Acesita" destaca-se o acervo do Museu da Fundação Acesita, que reúne peças antigas relativas à história da Siderúrgica, além dos próprios cômodos da "Antiga Casa de Hóspedes", que também fazem parte hoje do Museu. Destes, foram inventariados em 2006 o Quarto de Solteiro e o Quarto de Casal.

Relativos à usina, foram inventariados também em 2006: Fole de Ressuscitação Cardiopulmonar Manual, Escafarido de Segurança para Área com Gás, Chanca - Botina de Segurança, Máquina de Perfurar Cheques, Relógio de Ponto, Mobiliário de Escritório - Mesa, Micrômetro, Relógio-vigia, Canoa, Agitador de Aço de Pulso, Microscópio para análise de matéria-prima e Aparelho macro-fotográfico com mesa para microfilmagem, além da Maquete da Usina Acesita, e do Conjunto de Fotografias representativas do processo de desenvolvimento da Acesita.

Em 2004 foi inventariada e Locomotiva, de 1922, exposta no lado externo da Fundação Acesita.

Nesta área foram inventariados em 2004 também o Sino da Igreja São José, à Praça 1º de Maio, e o Monumento Sinergia, nesta praça, à frente do Escritório Central, sendo acervo da Companhia Acesita.

Em 2006 foram inventariados o Cruzeiro da Fazenda Córrego de Timóteo, e também o Monumento Cornélia Assis Ferreira, na Praça 29 de Abril, na porção conhecida como "Timóteo" ( Região Sul).

No Bairro São Cristóvão, destaca-se a iamgem do santo padroeiro que deu o nome ao bairro e a sua festa, que ocorre anualmente.

De grande destaque nesta área é o acervo da Igreja Matriz de São Sebastião, em cujo adro é encontrado um Conjunto de Painéis, e em seu muro, um Conjunto de Quadros, ambos em azulejos pintados por um artista local. O primeiro narra a história do próprio município e o segundo apresentada temas do Novo e Antigo Testamento. Foram inventariadas também imagens da Igreja Matriz: Imagem do Sagrado Coração de Jesus, Imagem de São Sebastião e Imagem de Nossa Senhora Imaculada Conceição.

Arquivos


O Arquivo Eclesiástico da Paróquia São José e o Arquivo Central da Acesita foram inventariados em 2004, sendo ambos pertencentes à região Centro Norte ("Acesita")

Patrimônio Arqueológico

Não foram encontrados bens arqueológicos no município.

Sítios Naturais

O Município de Timóteo é limitado ao leste pelo Parque Estadual do Rio Doce, incluindo em seu território 18% deste bem natural. O Parque é uma das maiores reservas contínuas de Mata Atlântica do país (35.973 hectares), e o maior do Estado. A área da reserva abrange ainda os municípios de Marliéria e Dionísio. O Parque é um complexo lacustre com mais de 40 lagoas, destacando-se a Lagoa Dom Helvécio, um grande atrativo para os amantes da natureza. A exuberância e diversidade da vegetação guardam espécies de madeira de lei atualmente raras, como jequitibá, a garapa, o vinhático e a sapucaia. Abriga, ainda, grande diversidade de espécies de animais, inclusive em extinção. O Parque faz parte da Reserva de Biosfera da Mata Atlântica, um importante instrumento de conservação e preservação das florestas tropicais úmidas. Timóteo é o principal acesso ao parque, sendo considerado o Portal de Entrada do Parque Estadual do Rio Doce. Este bem foi inventariado no ano 2007, pertencendo à Seção 7 (Região Leste).

Além da exuberante beleza do Parque, Timóteo preserva, dentro do perímetro urbano, a Reserva Ambiental Oikós, local de permanete atividade educativa entre os estudantes. Nesta reserva, localizada na região Sudeste do município, encontra-se viveiros de mudas, insetário etc. O Oikós é uma ótima opção para passeios ecológicos. Foi inventariado em 2006, pertencendo à porção sul do município.

Outro local de atração turística é o Pico Ana Moura, considerado de excelente térmica pelos praticamentes de vôo livre, oferecendo também um belíssimo visual, principalmente do Vale do Aço, onde podem ser contempladas a Serra dos Cocais e as cidades de Timóteo, Fabriciano e Ipatinga. Este foi inventariado em 2007( Setor 6, Região Sudoeste).

Além destes, foram inventariadas também três minas, sendo: Biquinha, na região sul, e Bica das Bromélias, e Mina do São Cristóvão, nos bairros de mesmo nome, na região norte.

Referências Bibliográficas

Acesita, uma história feita de aço. Belo Horizonte, 1989
Dossiê: Agência de Investigação Histórica. A História de uma cidade: Acesita-Timóteo. Belo Horizonte : Prefeitura Municipal de Timóteo.
Raimundo Alves. A História de um Município. Entrevista concedida a Christina Tárcia. In: Diário do Aço. Região do Aço, Domingo, 29/04/79
SILVEIRA, Suely Itamar Santiago. Timóteo - O coração da história de São Sebastião do ALegre. Texto mimeo
SILVEIRA, Suely Itamar Santiago. Praça 29 de Abril (Largo da Igrejinha - Largo da Praça). O Coração da história de São Sebastião do ALegre - Timóteo. Texto mimeo.

Manifestações Culturais II

Como bem imaterial destaca-se no Centro Sul (Setor I) o Grupo de Congado São Sebastião de Timóteo, importante manifestação cultural, presente em diversos eventos na cidade, em especial na Festa de Nossa Senhora do Rosário.
Outra manifestação cultural tradicional do município é o Carnaval, que, durante muitos anos, foi considerado o melhor do Vale do Aço, atraindo foliões de toda a região. O município também tem tradição em promover festivais de música e participar em diversos Encontros de Bandas, apresentando com orgulho a Corporação Musical Santa Cecília, filha da terra, fundada em 1950.
Ocorrem outras festas tradicionalmente no município, como o aniversário da cidade (29 de abril) e o Dia da Independência (7 de setembro), além de festas religiosas e festas juninas.
Entre as festas religiosas, destaca-se Festa de São Cristóvão, que ocorre anualmente no bairro de mesmo nome (Setor VI).
Outro bem imaterial de destaque é a Corporação Musical Santa Cecília, com sede no bairro Centro Norte (Setor IV).
Além destes bens, A Fundação ArcelorMittal, entidade criada pela então ACESITA S/A em 1994, destaca-se no cenário cultural do município. Instalada em um belo prédio da década de 50 em Timóteo, com uma área de 2,5 mil metros quadrados, abriga museu, galeria de arte, teatro com mais de 150 lugares, salas para cursos e oficinas, show-room com produtos da ArcelorMittal, jardim e bosque. Com um espaço físico privilegiado, realiza periodicamente exposições de artes, mostras históricas e mantém projetos de educação e cultura.

terça-feira, 3 de novembro de 2009

Dados Gerais do Município de Timóteo

Distrito Sede: Timóteo
Demais Distrito: Timóteo tem apenas um distrito: Cachoeira do Vale
População: 76.092 (Em 2007, segundo IBGE)
Homens: 36.652
Mulheres: 39.440
Timóteo é uma cidade com população quase inteiramente urbana.

Área do município: 179 m²
Relevo: plano: 20%
ondulado: 50%
montanhoso: 30%

Altitude máxima: 864m / Pico do Ana Moura
Altitude mínima: 225m / Foz do Rio Piracicaba
Altitude ponto central do município: 350m

Principais Rios: Rio Piracicaba e Ribeirão Belém, além dos afluentes: Córrego do Atalho, Timotinho, Limoeiro, Alegre, Celeste, Macuco e Arataca.

Bacia hidrográfica: Bacia Rio Doce

Acesso: O acesso a Timóteo é feito através da BR-381, que interliga o estado de Minas Gerais ao Espírito Santo. A ligação do município com a rodovia é feita por duas vias que passam a leste e a oeste da área da ArcelorMittal Inox Brasil. Existe ainda um projeto de um anel rodoviário que contornará Coronel Fabriciano, passando próximo aos bairros situados mais a leste de Timóteo (Alegre, Santa Terezinha, Limoeiro). Pela rodovia, Timóteo está a 270Km da capital mineira, Belo Horizonte.
A cidade ainda é servida pela Estrada de Ferro Vitória-Minas, contando com uma estação em Timóteo (Estação Ferroviária Mário Carvalho). Esta é a principal via de escoamento da produção siderúrgica do município. A CVRD (Companhia Vale do Rio Doce), empresa responsável pelo percurso, dispõe também de trem de passageiros que faz a Linha BH-Vitória, passando pelas estações ao longo do trecho, no qual é possível viajar e apreciar uma bela paisagem.

Região: O município de Timóteo está localizado na micro-região denominada Vale do Aço, que pertence ao Vale do Rio Doce, no centro-leste do estado de Minas Gerais. O Vale do Aço possui, atualmente 17 municípios, sendo seu centro geográfico e econômico formado pelas cidades Timóteo, Coronel Fabriciano e Ipatinga.

Municípios Limítrofes:
Norte: Coronel Fabriciano e Ipatinga
Sul: Jaguaraçu e Marliéria
Leste: Caratinga e Bom Jesus do Galho
Oeste: Antônio Dias

Atividades Econômicas: As atividades básicas da economia de Timóteo são a indústria siderúrgica, comércio, serviços e agropecuária, sendo a primeira a mais expressiva. Em seu território está instalada a ArcelorMittal Inox Brasil, única produtora de aços planos da América Latina. A siderúrgica está instalada em uma área de 200ha e tem efeito multiplicador indireto no desenvolvimento econômico, ao atrair novas indústrias que utilizavam o aço como matéria-prima de seus produtos ou que encontram na siderúrgica seu mercado preferencial. Sem dúvida, o mais importante esteio econômico de Timóteo é a ArcelorMittal Inox Brasil, que trouxe para a cidade o merecido título de "Capital do Inox".
Os principais produtos exportados são os siderúrgicos, carvão vegetal e laticínios. Os principais importados são os automóveis, gêneros alimentícios e tecidos. O setor industrial tem mais de 100 empresas; o setor comercial, cerca de 1000 estabelecimentos; e na prestação de serviços, atuam outras 1200 empresas. A agropecuária é caracterizada como de consumo interno, sendo menos representativa no município.

Plano Diretor: Está em andamento.

Lei de Uso e Ocupação do Solo: Está em andamento.

Leis Vigentes: As leis urbanas em vigor são: Código de Edificações (Lei 736 de 16/12/1980) e 0 Código de Postura (Lei 496 de 16/06/1974).

Zoneamento de áreas: O município é setorizado de acordo com suas regionais:
Norte: Bairros Funcionários, Bromélias, Serenata, Vila dos Técnicos, Centro Comercial Acesita e Área da ArcelorMittal.
Nordeste: Bairros Cruzeirinho, Eldorado, Quitandinha Santa Maria, Olaria 2, Novo Horizonte.
Leste: Bairros Nova Esperança, Santa Terezinha, Alegre, Limoeiro, Distrito Industrial, Recanto Verde, Alphaville, Macuco
Sul: Bairros São José, Nossa Senhora das Graças, Ana Malaquias, Santa Cecília, Bela Vista, Ana Rita, esplanada e Centro de Timóteo
Sudeste: Bairros Córrego do Caçador, João XXIII, Timirim, john Kennedy, Recanto, Primavera
Sudoeste: Bairros Ana Moura, Novo Tempo, Vale Verde, São Cristóvão, Alvorada e Timotinho
Oeste: Bairros Santa Rita, Petrópolis, Vieiras, Distrito Cachoeira do Vale e Núcleo Industrial

PATRIMÔNIO PROTEGIDO
Bem Tombado
Oratório do Divino Epírito Santo
Localização: E. M. Angelina Alves de Carvalho
Decreto: nº 3435, de 7 de abril de 2004
Nº da inscrição no livro de tombo: 01

terça-feira, 27 de outubro de 2009

História das Paróquias de Timóteo

Paróquia São José

A Paróquia São José foi criada em 1950. A pedra fundamental é datada de 1º de maio. Ela pertencia à Paróquia São Sebastião, em Coronel Fabriciano, que era atendida pelos Padres Redentoristas.
Uma presença marcante na história da Paróquia é a do Monsenhor Rafael, que veio para a Paróquia em 1950, um pouco depois da criação da Acesita, em 1944. Esteve presente até 1958. Ele veio de Mariana, nomeado por Dom Elvécio Gomes de Oliveira, para pastorear os operários da região, que era um número bem representativo.
Monsenhor Rafael trouxe para ajudar na Paróquia as Irmãs da Beneficência Popular, que é uma Instituição criada por ele, na cidade de Alvinópolis. Monsenhor atendia Acesita e Alvinópolis ao mesmo tempo, e contou também com a ajuda de padres auxiliares.
Monsenhor tinha um carisma de congregar, reunir pessoas. Conseguiu que a Paróquia fosse o centro de tudo em Acesita. Neste período, a Paróquia desenvolveu atividades como alfabetização, cursos para os paroquianos de pintura, corte de costura, entre outros.
Em 1953, chega o Padre Abdala Jorge que vem para auxiliar Monsenhor Rafael, para juntos pastorearem o povo de Deus. Durante dois meses também receberam a colaboração do padre José Martins.
Uma das características marcantes da história da Paróquia era a participação ativa dos operários. Havia a Congregação Mariana, com cerca de 180 congregados, sendo todos operários e inseridos nos sindicatos e nas lutas dos trabalhadores.
A Igreja sempre esteve presente nas lutas dos operários, identificando-se com a classe.
Padre Abdala tomou posse em 1958 como pároco, antes mesmo da criação jurídica da Paróquia, que aconteceu em 1961. Foi o Padre Antônio Rocha quem o empossou oficialmente como novo pároco da Paróquia São José.
O primeiro padre que trabalhou com Pe. Abdala foi o Pe. Francisco Barroso, em 1958, hoje bispo de Oliveira. Com a saída do Pe. Francisco veio Pe. José Delfino, hoje bispo de Divinópolis.
Estiveram presentes outros padres que também fizeram parte da história da Paróquia: Pe. Valdir Ferreira de Almeida, Pe. Miranda, Pe. João Bosco Pimente, alguns padre Salesianos, Pe. Marcos Rocha, Pe. Elson, Pe. Elder, Pe. Agnaldo e outros. O Padre Belga Jean Marie está presente na Paróquia desde 1990.
A Igreja sempre esteve a serviço da comunidade.
Os leigos sempre foram atuantes, como os Congregados Marianos, as Filhas de Maria, o Apostolado da Oração, etc.
As comunidades que compoẽm a Paróquia são: Bromélias, Centro Norte, Funcionários, Olaria, Vila dos Técnicos, Quitandinha, Novo Horizonte, Alegre, Santa Maria, Limoeiro, Macuco, Recanto Verde, Celeste, Cachoeirinha, Ana Moura, Novo Tempo, São Cristóvão, Alfhavile, Alvorada e Vale Verde.
Na Paróquia há várias pastorais e movimentos, que, com seus dons e serviços, trabalham para a edificação do Corpo de Cristo, que é a Igreja, como Pastoral Operária, CEBs, Pastoral Familiar, Vicentinos, Apostolado da Oração, Pastoral da Saúde, Pastoral Vocacional, Catequese, Culto Bíblico, trabalhos sociais e outros.
O maior desafio da Paróquia hoje é conciliar os valores humanos com os valores divinos. Conciliar os valores sagrados com valores humanos. E a marca da Paróquia é que "tudo gira em torno das pessoas".

Colaboração: Pe. Abdala Jorge - Pároco da Paróquia São José de Acesita - Timóteo - MG



Paróquia São Sebastião de Timóteo

A Paróquia São Sebastião está situada no Centro Sul em Timóteo. A história da paróquia remonta aos anos de 1910, a primeira capela de Timóteo, antes conhecida como Vila de São Sebastião do Alegre, foi construída de tábua e coberta de folha de palmeira. Em 1915, a capela foi substituída por outra construída de "pau-a-pique e barro", com um pequeno cemitério nos fundos. A capela era assistida por padres que vinham de Marliéria, Jaguaraçu (Grama), Fabriciano ou que aqui residiram após 1930.
Foi construída a primeira casa para acolhida dos padres, próxima à capela. A Vila cresceu, sobretudo depois da implantação da Acesita S/A. A Vila se transformou no Distrito de Timóteo. Nos anos 40 foi criada a Paróquia de São José de Acesita, que passou a responder pela capela de São Sebastião.
A população foi crescendo rapidamente e as necessidades pastorais também. Em 1950, Monsenhor Rafael começou a construir a atual Matriz, um pouco acima da antiga capela. A antiga capela foi desmanchada e o seu cemitério transferido, em seu lugar temos hoje a Praça 29 de Abril.
Em 20 de janeiro de 1963, Festa de São Sebastião, após as devidas consultas, Dom Oscar de Oliveira, arcebispo de Mariana, por decreto, erigiu a Paróquia de São Sebastião, de Timóteo, com área desmembrada das Paróquias de São José de Acesita, Jaguaraçu e Marliéria, elevando a nova Caplea de São Sebastião à dignidade de Matriz. A instalação da Paróquia se deu a 21 de abril de 1963.
Durante estes anos de história, a Paróquia foi admninistrada po vários párocos, sendo o primeiro Pe. Olau de Sales Bicalho, depois João Bosco, Ricardo Zandoni, Nilson Guedes, Carlito (CICM), José Miguel, Afonso, Dom Lara, Irani, José Luiz, José Marcelino, entre outros. A Paróquia passou por muitas mudanças, sobretudo a partir de 1965 com a criação da Diocese de Itabira. Atualmente há uma grande participação dos leigos nas pastorais sociais e específicas, círculos bíblicos, nos movimentos e grupos de serviços e demais trabalhos comunitários de evangelização.
A paróquia é formada por 11 comunidades urbanas (Primavera 1, 3 e 6, Nossa Senhora das Graças, Sagrada Família, Centro, Bela Vista, Ana Rita 2, Esplanada, Santa Cecília e Fazenda Boa Vista) e 7 rurais (Lavrinha, Recanto Verde, Cava Grande, Santo Antônio, Antunes, Mundo Novo e Santa Rita). Na localidade de Campinho começa a surgir lentamente, um nova comunidade, a Comunidade São João Batista.

Colaboração Padre José Marcelino de Magalhães Filho.

segunda-feira, 26 de outubro de 2009

Timóteo, capital do inox

Cidade situada na Bacia do Rio Doce, Micro região Siderúrgica de Minas Gerais, possui como parte de sua identidade a ligação com a atividade da mineração . Também conhecida como Acesita, denominação da Companhia Aços Especiais Itabira, a cidade de Timóteo possui vários outros elementos que fazem parte de sua identidade cultural. Os índios Botocudos podem ser considerados os primeiros habitantes da região do vale do aço do Rio Doce, local no qual hoje se localiza a cidade de Timóteo. Com a crise do Antigo Sistema Colonial no final do século XVIII e início do século XIX, Portugal procurou estabelecer, em sua colônia Brasília, novas áreas de exploração.

"A Carta Régia de 13 de Maio de 1808, enviada pelo príncipe Dom João VI ao governador e capitão geral da capitania de Minas Gerais, Pedro Maria Xavier de Ataíde e Mello, estabelecida a importância estratégica do leste de Minas para a Coroa Portuguesa, no contexto de reordenação da política imperial às mudanças que ocorriam nas metrópoles colonialistas."[2]
Segundo a descrição dos viajantes e naturalista que se aventuravam por tão temida região, os Botocudos eram vistos como ameaça ao processo de colonização que se pretendia empreender naquele lugar.
Ao longo do século XIX, o Vale do Rio Doce acabou se transformando em área de conflito, no qual colonizadores e os povos indígenas estabeleceram combates que acabaram por praticamente dizimar os naturais da região.[3]

Com a já conhecida crise da exploração do ouro na província das Minas, o Vale do Rio Doce apresentava-se naquele momento como alternativa interessante.
Nos três primeiros séculos de colonização, o Vale do Rio Doce não havia sido ainda percebido como área provável de exploração econômica. O Vale era visto, na verdade, como uma mata de difícil acesso, na qual estavam presentes doenças e "gentios bravios". Com a justificativa para fazer a guerra como desejassem militares com o patrocinio da Coroa, bandeirantes e colonizadores não pouparam munição e , em nome da "civilização", cometeram toda a sorte de crueldades para exterminar os primeiros habitantes do Leste de Minas Gerais.

O ínicio do processo de ocupação da região onde hoje se localiza a cidade de Timóteo pode ser ligado à memória referente à conhecida Fazenda do Alegre, propriedade de Francisco de Paula e Silva. Aliás, a ocupação desta área pode ser percebida como parte do investimento empreendido pelo governo luso em colonizar o Vale do Rio Doce durante o século XIX.

A pouca documentação existente a respeito da Fazenda do Alegre pode também ser interpretada como um indício do caráter precário com o qual foi realizada sua ocupação. Apesar de não ser o primeiro a receber a Carta de Sesmaria na região, o Alferes português Francisco de Paula e Silva pode ser considerado um pioneiro do lugar. Em 1832, foi expedida uma Carta de Sesmaria a favor do alferes que, ao que parece, já havia chegado e se instalado há algum tempo no lugar conhecido como Ribeirão de Timóteo. Por este documento é possível perceber que o lugar já possuía o nome de Timóteo, em princípios do século XIX. Conta a tradição oral que este nome teria sido atribuído devido à existência de um mulato na região cujo nome era Manoel Timóteo. Proprietário de um armazém de "secos e molhados" localizado próximo à área de mineração da Lavrinha, em época anterior a 1830, as margens do ribeirão acabaram recebendo o nome do comerciante presente no local. Como se pode verificar em uma entrevista com o senhor Raimundo Alves, morador e conhecedor da história da região, ao ser perguntado sobre de onde teria vindo o nome da cidade: " Segundo tradição antiga, este nome fora herdado de um tal Manoel Timóteo, que tinha uma vendinha nas cabeceiras do rio, próximo a uma mineiração; comerciava com os escravos." [4]

Nas primeiras décadas de ocupação, o Vale do Rio Doce, de modo geral, não possuiu nenhum tipo de atividades constantes e significativas na região, destacando-se apenas algumas poucas iniciativas isoladas. A ocupação efetiva e adequada apenas teria sido garantida com a abertura de acesso às margens do Rio Doce, por meio da implantação de estradas de ferro. Tal empreendimento só tem sua conclusão na segunda metade do século XIX, com a construção da Estrada de Ferro Vitória-Minas.

A Fazenda do Alegre acabou se transformando em importantes ponto de apoio para as embarcações que subiam e desciam o rio Piracicaba em direção a Vila Rica ou Vitória. Seu proprietário, o alferes Francisco de Paula e Silva, ao falecer por volta de 1860, deixou em herança um significativo patrimônio em terras para seus filhos com a senhora Theodora Umbelina da Cunha. Ao longo do tempo, os filhos de Francisco de Paula e Silva acabaram por se desfazer de sua herança, vendendo parte de suas terras e terceiros.

A partir desse desmembramento das terras da Fazenda do Alegre, provavelmente, começou a surgir o primeiro núcleo de povoamento com a abertura de roças e criação de vias de comunicação entre povoados vizinhos, já em ínicios do século XX. É claro que por anos, a região de Timóteo ainda permaneceu como um pequeno povoado cercado pela vegetação do Vale. Tal situação apenas começou a mudar efetivamente com a chegada da Estrada de Ferro Vitória-Minas. Como se pode verificar no depoimento dado por uma remanescente dessa época:

"Em 1918, a ponta de trilho da EFVM ainda estava entre Escura e Valadares. Ainda não havia chegado aqui, onde só passou em 23 e 24, em direção a Antônio Dias. A estação da estrada de ferro de Cel.Fabriciano, antigamente chamava Calado, foi inaugurada em 24 de abril de 1924. Eu assisti à inauguração. Lembro-me perfeitamente como foi: a alegria dos roceiros, dos matutos, do povo, inclusive dos próprios trabalhadores da EFVM.(...) Eu sinto na pele, eu sinto o desenvolvimento que aconteceu com a vinda e com a passagem da EFVM por aqui. Eu tenho certeza absoluta que não fosse a EFVM ter passado aqui no Vale do Rio Piracicaba, o Vale do Rio Doce não teria o desenvolvimento que tem...[5]

E
m 1923, Timóteo foi incorporado ao recém-criado distrito de São José do Grama, hoje Até ser transformada em distrito por lei de 17 de Dezembro de 1938, Timóteo foi, então, desmembrada do distrito de São José do Grama, município de São Domingos do Prata, e incorporado a Antônio Dias Abaixo. A instalação do distrito ocorreu a 1º de Janeiro de 1941, sendo empossado seu primeiro Juiz de Paz o Sr. Joaquim Ferreira de Souza que, em 24 de junho do mesmo ano, deu posse no cargo de Escrivão de Paz e Notas Interino ao Sr.José Moreira de Castro, o José de Pio. Em Setembro do mesmo ano, José de Pio nomeou o farmacêutico Raimundo Alves de Carvalho como sucessor de Joaquim Ferreira de Souza no cargo de Juiz de Paz.

A primeira capela de Timóteo foi construída de maneira bastante precária nos primeiros anos do século XX onde hoje se localiza a atual Praça 29 de Abril. Em 1915, a capela foi substituída por outra, construída de "pau a pique" com um pequeno cemitério aos fundos. A capela era assistida por padres que vinham das vizinhas Marliéria, Jaguaraçu, e Coronel Fabriciano. Segundo Silveira, estudioso da história local,

"Em volta da igrejinha havia um pequeno cemitério, e no largo da terra, onde estava a igrejinha, havia uma pequena nascente. Ao redor da igrejinha foram surgindo mais casas. O povoado foi se formando com a construção de barracos rústicos, casas de madeira ou pau-a-pique, com telhas cumbucas, seguindo uma simetria, alinhamento e planejamento dos próprios moradores, tomando a igrejinha como centro. Assim foi surgindo o Arraial de São Sebastião do Alegre(Timóteo)."[6]

Até então, o distrito de Timóteo caracterizava-se pela presença de pequenos fazendeiros que cultivam sua terra. A ocupação ocorreu de forma espontânea, favorecida pelas nascentes que por ali existiam. Essas antigas fazendas foram formadas por uma série de subdivisões da Fazenda do Alegre, a primeira sesmaria da região. No início do século XX, o povoado começava a se formar. Com o passar dos anos, o Distrito de Timóteo ainda mantinha características rurais.

O processo de crescimento urbano da cidade desencadeou-se com a chegada da ACESITA. Em 31 de outubro de 1944 foi fundada a Cia. Aços Especiais Itabira, a ACESITA, pelos engenheiros Amyntas Jacques de Moraes, Percival Farquhar e Athos de Lemos Rache. A Fundação da siderúrgica no lugar proporcionou a vinda dos novos imigrantes, o operários e funcionários, sendo que a modernidade da industrialização foi motivo de um choque cultural na pacata vila. A Companhia trouxe prosperidade, possibilitou a urbanização e melhoria das condições de vida de seus moradores.

Inserido em um projeto maior, relativo ao desenvolvimento da indústria siderúrgica no Brasil, a implantação de uma usina na região do Vale do Rio Doce era percebida como um empreendimento importante para impulsionar o crescimento industrial nacional. Com as dificuldades de importação causadas pela 1ª Guerra Mundial, o governo procurou incentivar o desenvolvimento da indústria siderúrgica nacional. A partir dos incentivos, como a isenção de impostos, reduções dos valores dos fretes, além da concessão de créditos, algumas empresas siderúrgicas foram criadas em Minas Gerais: a Cia. Siderúrgica Belgo-Mineira, em 1921, em Sabará e , em 1937, em João Monlevade; a firma Hime & Cia. foi instalada, em 1925, em Barão de Cocais, sendo transformada posteriormente na Cia. Brasileira de Usinas Metalúrgicas.

Contudo, ao final dos anos 30 do século XX, em um contexto no qual a economia mineira vivia uma crise generalizada por causa da queda violenta das exportações de café, cria-se um ambiente de descontentamento em que a nascente "tecnocracia" mineira, formada pela Escola de Minas de Ouro Preto, reinvidica como atribuição do Estado a tarefa de construir a infra-estrutura necessária à industrialização de Minas. A atividades da mineração era apresentada como alternativa de aproveitamento dos recursos minerais, além de se transformar em um impulso à economia do estado, que sofria um processo de declínio no contexto nacional desde a decadência da mineração do ouro.[7]

A criação da Acesita pode ser relacionada ao contexto da Segunda Guerra Mundial, quando o Brasil entrou no conflito, ao lado dos aliados. Em 1942, como parte da política de aproximação, estabelecida entre o Brasil e os Estados Unidos, foi assinado o Acordo de Washingto, contrato que previa a nacionalização das jazidas de minério de ferro presentes na região de Itabira, em Minas Gerais. Tal ação acabou por resultar na criação da Companhia Vale do Rio Doce, empresa que se tornaria responsável pela exploração e exportação do ferro produzido no Brasil.

Juntos, o engenheiro Percival Farquhar, representante de uma das mineradoras nacionalizadas, a Itabira Iron Ore Co, com os empresários mineiros Amyntas Jacques de Moraes, e Athos de Lemos Rache idealizaram a criação de uma usina de aços especiais na região do Vale do Rio Doce, área rica em minério de ferro, carvão vegetal e recursos hídricos. Após pesquisas e a garantia de conseguir um empréstimo para o empreendimento com o Banco do Brasil, em 31 de outubro de 1944, ficou definido o nome da nova empresa, Companhia Aços Especiais Itabira, com a sigla Acesita, seu nome definitivo.

A escolha do local para a instalação da Usina apontava, inicialmente, para a cidade de Itabira. Porém, apesar de possuir reservas da matéria-prima, o minério de ferro de Itabira não oferecia as condições necessárias para a implantação da Usina devido ao seu relevo excessivamente irregular, a escassez do carvão vegetal e de recursos hídricos. Ao explorar e examinar a região do Vale do Rio Doce em lugares como Nova Era, Coronel Fabriciano, entre outros, escolheu-se como mais propício o povoado de Timóteo, então distrito da cidade de Antônio Dias. A área escolhida para a implantação da Usina era, inicialmente, uma fazenda, a fazenda Dona Angelina, propriedade do Sr. Raimundo Alves, adquirida pela Acesita em 1945.[8]

Tanto a mão-de-obra especializada quanto os equipamentos para a instalação da usina vieram, sobretudo, dos Estados Unidos. Foi construída uma usina hidroeléctrica que ganhou o nome de Sá Carvalho,inaugurada em 1951 como a maior usina hidroeléctrica do Estado de Minas Gerais. Em 1949, a Usina conseguiu produzir sua primeira corrida de gusa . Com a chegada da Acesita em 1944, também vieram os primeiros operários da empresa, que ficaram responsáveis pela construção do acampamento nas imediações da Usina. As condições de trabalho eram precárias, agravadas, principalmente, pela dificuldades de transporte. A única via de acesso entre o canteiro de obras e as cidades vizinhas era a ferrovia.

Além da construção de obras essenciais ao funcionamento da Usina, também foram necessárias obras que dotassem o pequeno povoado de Timóteo de infra-estrutura capaz de receber o grande número de trabalhadores que chegariam junto com a empresa. Nestes primeiros momentos, durante a década de 40 do século XX, também foram contruídas moradias, conjunto residenciais para os funcionários, e estradas. Até mesmo o material utilizado nas obras, como tijolos, telhas, madeiras, manilhas, pedras, foi fabricado no próprio local. Entre os primeiros bairros da cidade é possível destacar que os mesmos foram erguidos com recursos oriundos da Acesita. Um dos primeiros bairros a surgir na cidade foi o Quitandinha, uma referência bem humorada ao elegante Cassino de Petrópolis, o Quitandinha, além do Algodoal, ambos com casas de pau-a-pique cobertas de sapé.

Contudo, mesmo como o empenho da empresa em oferecer condições mínimas para seus empregados, moradias em boas condições não foram suficientes para todos já que o crescimento populacional foi maior que os investimentos realizados. Também se tem notícias de que tempos depois teriam surgido bairros com nomes curiosos, como é o caso do Vai-Quem-QUER, bairro de grande movimento de pessoas; a Vila dos Caixotes, onde os barracões eram feitos com as tábuas das embalagens dos equipamentos vindo dos Estados Unidos; além do Timirim das Cachaças, único local em que era permitida a venda de bebidas alcoólicas. Com o tempo, surgiram outros bairros com mais infra-estrutura, como é o caso da Vila das Bromélias, Vila dos Funcionários, Vila Dos Técnicos e Olaria.

Com o crescimento e expansão das atividades da Siderúrgica, as condições das habitações foram melhhorando. Nos primeiros momentos de sua existencia, o processo de urbanização de Timóteo foi criado e mantido pela Acesita. Em 1945, foi construída a primeira escola em um galpão de madeira. Depois viriam várias outras, doadas, posteriormente, ao estado. A Escola de Formação Profissional, em convênio com o Senai, foi inaugurada em 1954 e ampliada em 1963, com a criação do Colégio Técnico de Metalurgia. A empresa, ao mesmo tempo, investiu na saúde, no atendimento médico e na prevenção de doenças. Em 1950, entrou em funcionamento o sistema de tratamento de água, e , em 1952, foi inaugurado o Hospital Acesita. A empresa assumiu a responsabilidade pela construção de escolas, postos de saúde, cemtros de lazer, comércio, além de cuidar de serviços básicos, como é o caso da segurança pública e o transporte coletivo.

Entre as ações previstas pela Acesita, também se encontram os investimentos na área do lazer , iniciativa que tinha por objetivo estimular a fixação dos empregados na cidade. As primeiras iniciativas no setor consistiram na organização de campeonatos de futebol. Outras formas de diversão eram os bailes de Elite Clube, o Porto chique da cidade, e o Clube do Operário. Os clubes promoviam shows musicais e até mesmo apresentações de grupos de teatro.

Até 1969, a área urbana em torno da Usina, constuída pela Acesita, abrigava a maioria dos funcionários e era mantida sobre o controle da empresa. A influência da usina estendeu-se para além de seus muros, alcançado também o núcleo urbano ocupado por seus trabalhadores na medida em que sela se transformara em criadora e mantenedora deste espaço. Ao oferecer moradia e infra-estrutura básica à população, a Acesita acabou criando uma espécie de cidade privada que de certa forma, excluía quem não estava dentro dela. Tal situação pode ser verificada no depoimento do Padre Abdalla, antigo morador da cidade, figura até hoje, bastante conhecida na cidade:

Aqui se usava uma expressão: " Você trabalha na Acesita? Não, sou particular!" Particular era quase sinônimo de marginalizado, seja lá o que ele fizesse.(...) A Acesita, ocupando todo o espaço, tirou a criatividade. As pessoas não precisavam ter iniciativa, a diversão era programada. As pessoas que não eram da Acesita não tinham vez.(...) Isso condicionou essa mentalidade técnica, fria.[9]

Em 1969, em decorrência do Plano de Expansão, a companhia transferiu as responsabilidades à prefeitura, doando todos os espaços prestadores de serviços públicos ao poder municipal. Este momento pode ser visto como um marco para cidade de Timóteo, recentemente elevada a município independente. Timóteo viu-se diante de uma grande questão, a integração de dois núcleos populacionais: a cidade privada, Acesita, e o núcleo inicial formado a partir das terras da antiga Fazendo do Alegre.

Sem sombra de dúvida o múnicipio de Timóteo ainda hoje é marcado por uma dualidade: a região de "Timóteo" e de "Acesita" - denominações comumente usadas para definir a área de formação de povoado e o núcleo que se desenvolveu impulsionado pela instalação da usina. Tal situação pode ser verificada ainda nos dias de hoje, já que, em conversas informais com algum morador, percebe-se claramente a distinção entre esses dois espaços na cidade. As denominações Timóteo e Acesita são amplamente utilizadas pela população, o que pode chegar a confundir a quem não conhece a história da cidade.

Durante os anos 40 e 50, Timóteo viveu novas transformações administrativas, quando da primeira tentativa de emancipação que , tendo sido frustada, o município passou a pertencer a Coronel Fabriciano. A lei estadual nº 336, de 27 de dezembro de 1948, desmembrou o distrito do município de Antônio Dias, incorporando-o a Coronel Fabriciano. Por força da lei estadual nº 2714 de 20 de dezembro de 1963, Timóteo foi elevado a município. Em 29 de abril de 1964 , graças aos esforços de moradores como José Moreira de Castro (Zé de Pio), Jair Santiago, José de Paulo Viana(Beijo), Francisco Machado de Oliveira, Olavo de Castro Ulhoa, José Borges de Araújo, Luiz Gonzaga da Silva, José Moraes Quintão, Manoel de Assis Bowen, Jackson Teles, José Moreira Moraes(Bito), Wellington Martins Ferreira,Benedito de Assis Paiva, Joaquim de Castro, liderados pelo deputado Geraldo Quintão e outros, Timóteo soleniza a instalação do município autônomo. O Sr. Virico da Fonseca é nomeado 1º Intendente, admnistrando a cidade no período de 01/09/64 a 03/12/65 até a posse de seu primeiro prefeito , o Sr.José Antônio Araújo.

No que diz respeito ao ambiente social do lugar, os anos trinta foram importantes para o crescimentos dos movimentos culturais e esportivos de Timóteo. Em 1936, foram encenadas as primeiras peças teatrais nos fundos da loja de Joaquim Ferreira de Souza. Nesta mesma época, também é formada a 1ª Banda de Música, cujos componentes eram os moradores do lugar. Em 12 de Outubro de 1938, na fazenda de Joaquim Ferreira de Souza foi fundado o Florestino Social Clube, 1º time de futebol do lugar, tendo como presidente o Sr. José Paulo Viana( Sr.Beijo) [10]

Já o carnaval em Timóteo tem sua origem na década de 30 quando alguns moradores passaram a brincar pelas ruas do Arraial de São Sebastião do Alegre. Na década de 60, Dona Nadir Pinheiro Silva,Tia Nadir, criou a Escola de Samba Unidos do Quintandinha, sendo esta a primeira escola de samba da cidade. A primeira Rainha do Carnaval oficial é Jacira Gomes, que durante as décadas de 50 e 60 reinou com diferentes Rei Momos. Hoje, a cidade conta com mais duas e importantes escolas: Os Bocas Brancas e a Vai Quem Quer, ambas criadas na década de 80.

É possível dizer que a história de Timóteo, de certa maneira, confunde-se com a história da siderurgia nacional. Marcada intimamente pela presença da Acesita, o munícipio de Timóteo possui sua identidade profundamente atrelada à imagem da empresa que é o principal motor econômico da cidade. Capital do Inox, cidade integrante do Vale do Aço, Timóteo conserva ainda seus ares da cidade do interior junto com seu ritmo de cidade industrializada, diferenças essas que não necessariamente refletem um conflito, mas, na verdade, sugerem as diferentes faces de sua complexa identidade cultural.

[2] Silveira, Suely Itamar Santiago. Timóteo - O Coração da história de São Sebastião do Alegre. Texto mimeo.
[3]Dossiê: Agência de Investigação Histórica. A Histórica de uma cidade: Acesita-Timóteo. Belo Horizonte: Prefeitura Municipal de Timóteo. P.18.
[4]Raimundo Alves. A História de um Município. Entrevista concedida a Cristina Tárcia. In: Diário do Aço. Região do Aço, Domingo, 29/04/79. p. 7
[5]Depoimento escrito de José Moreira de Castro. Citado por: Dossiê: Agência de Investigação Histórica. A História de uma cidade: Acesita-Timóteo. Belo Horizonte: Prefeitura Municipal de Timóteo. p.43-44.
[6]Silveira, Suely Itamar Santiago. Praça 29 de abril ( Largo da Igrejinha - Largo da Praça ). O Coração da história de São Sebastião do Alegre - Timóteo. Texto mimeo.
[7]Dossiê: Agência de Investigação Histórica. A História de uma cidade: Acesita-Timóteo. Belo Horizonte: Prefeitura Municipal de Timóteo. p.52
[8]Acesita, uma história feita de aço. Belo Horizonte, 1989. p.31-33
[9]Depoimento de Padre Abdalla, Timóteo, junho de 1992. Citado por: Dossiê: Agencia de Investigação Histórica. A História de uma cidade: Acesita-Timóteo. Belo Horizonte: Prefeitura Municipal de Timóteo. p.73






Início do Carnaval de Timóteo (Centro Sul)

(1940 / 1950 / 1960)

Contar como eram as festas carnavalescas em Timóteo nas décadas do século XX é tomar nas mãos um livro de memória e ir abrindo suas páginas. O momento é oportuno para que se faça isso, pois o carnaval sempre fez parte de nossa cidade.
No início da década de 1940 poucos moradores de São Sebastião do Alegre (Timóteo) possuíam rádio a válvulas onde podiam ter acesso às notícias, programas de auditório transmitidos ao vivo, novelas, noticiários, diversos, etc.
Quando o carnaval chegava as modinhas carnavalescas eram transmitidas diretamente dos rádios Tupi ou Nacional do Rio de Janeiro, São Paulo e até as emissores de Belo Horizonte. Sabe-se que os moradores doa arraial de Timóteo, Antônio Claudino de Souza, Sebastião Evangelista de Souza (Sebastião Cota), Joaquim Ferreira de Souza foram os primeiros em usar o rádio para ouvir notícias, novelas, novenas, missas e músicas. Durante os dias de Carnaval as modinhas cantadas pela cantora Emilinha Borba (Rainha do Rádio) e outras cantoras da época faziam muito sucesso nas capitais e no interior do Brasil.
No arrial de Timóteo as brincadeiras de carnaval resumiam-se em cantar as midinhas de sucesso em grupos ("pequenos cordões" como se chamavam na época), formado por moças e rapazes, que algumas vezes saiam pelas poucas ruas de terra, Largo da Praça, e entravam no Bar do Trajano (Trajano Quirino Bicalho), cantando. Esses cordões, formados pelos jovens da época, se enfeitavam com roupas coloridas, saias mais longas, calças compridas ou bermudões da época. As moças pintavam o rosto com "ruge" (marca Madeira do Oriente), nos lábios, usavam batom vermelho (marca Michel) e as unhas eram pintadas de esmalte preferencialmente na cor vermelha. O morador "Zué" gostava de se fantasiar de capeta, saindo pelas ruas, entrando nas casas, fazendo medo na meninada.
Durante muitos anos (década de 1950 e 1960), a foliã Jacyra Gomes (filha de Tiéco e Maria Gomes) foi a rainha do carnaval tendo como principais Reis Momos, seu pai Raimundo Martins Fraga (Tiéco), Flávio Pimenta e outros. Jacyra saía da casa de seus pais acompanhada pela comitiva carnavalesca, jogando confetes e serpentinas, onde todos cantavam as modinhas de carnaval. O bloco ou cordão percorria o Largo da Praça (hoje Praça 29 de abril), a rua principal (hoje Avenida Acesita) descia a rua cine Lybamar (hoje Padre Antônio Araújo).
Na década de 1960, o carnaval passou a acontecer nas dependências do Clube Promet, quando os foliões cantavam e dançavam durante os três dias, sob o rítmo de uma banda formada por músicos do lugar. O lança -perfume (frasco de metal dourado onde continha um líquido perfumado em spray) passou a ser usado no final da década de 1950, quando anos mais tarde foi proibido pelo Governo Federal até os dias de hoje. Também na década de 1960 alguns foliões gostavam de pular carnaval no Elite Club e no Clube Olaria 2.

Jacyra Gomes é considerada pelos historiadores como a primeira rainha do Carnaval de Rua e de Salão de Timóteo.
Pesquisa realizada pelo professor Suely Itamar Santiago Silveira

História do Carnaval de Timóteo

O Carnaval é considerado uma das festas populares mais animadas e representativas do mundo. Tem sua origem no entrudo português, onde, no passado, as pessoas jogavam uma nas outras, água, ovos e farinha. O entrudo acontecia num período anterior a quaresma e, portanto, tinha um significado ligado a liberdade. Este sentido permanece até os dias de hoje no Carnaval.
O entrudo chegou ao Brasil por volta do século XVII e foi influenciado pelas festas carnavalescas que aconteciam na Europa. Em países como Itália e França, o carnaval ocorria em forma de desfiles urbanos, onde os carnavalescos usavam máscaras e fantasias. Personagens como a colombina, o pierrô e o Rei Momo também foram incorporados ao carnaval brasileiro, embora sejam de origem europeia.
No início da década de 1940 poucos moradores de São Sebastião do Alegre (Timóteo) possuíam rádio a válvulas, onde podiam ter acesso a programas de auditório transmitidos ao vivo, novelas, missas, noticiários e músicas. Os moradores do arraial de Timóteo Antônio Claudino de Souza, Sebastião Evangelista de Souza (Sebastião Cota) e Joaquim Ferreira, foram os primeiros possuidores desse bem.
No período carnavalesco, as modinhas eram transmitidas diretamente das rádios Tupi, Nacional do Rio de Janeiro, São Paulo e Belo Horizonte. As modinhas cantadas pela cantora Emilinha Borba considerada a Rainha do Rádio na época, faziam muito sucesso nas capitais e no interior do Brasil. No arraial de Timóteo as brincadeiras de carnaval resumiam-se em cantar as modinhas de sucesso em pequenos cordões como se chamava na época, formado por moças e rapazes, que algumas vezes saiam percorrendo as poucas ruas de terra que existia no arrial.
O Carnaval de Rua surgiu na década de 1980, de uma nascida dentro da superintendência de relações Industriais da Cia. Acesita abraçada pelos carnavalescos da cidade e apoiada pela Prefeitura Municipal de Timóteo. Surgiu na época seis escolas de samba, Ala Leste, Unidos do Vale, Unidos da Quitandinha, Os Bocas Brancas, Vai Quem Quer e Mansageiro.
O regulamento redigido pela AEST - (Associação das Escolas de Samba de Timóteo) era simples: tratava dos fins a serem dados aos instrumentos oferecidos pelo Prefeito Geraldo Ribeiro para compor a bateria (3 surdos, 2 contra surdos, 3 caixas de guerra, 4 taróis, 2 triângulos, 8 ganzás, 4 pandeiros, 4 reco-reco, 10 tamborins, 4 agogôs e 1 cuíca).
Cada escola recebeu uma verba do município para animar e levar a avenida muita beleza, irreverência, criatividade e principalmente muita alegria. No ano de 1981 a Escola Unidos do Vale, Ala Leste e Mensageiro não participaram mais do carnaval, migrando para as Escolas que permaneceram.
Falar de festa carnavalescas sem citar o Sr Quincão e Dona Nadir é deixar uma lacuna na História dessa festa que alegra grande parte do povo timotense, quando ainda desfilavam pelas ruas antigas dessa cidade, as modinhas entoadas no rádio cantadas por Emilinha Borba, Angela Maria, Jorge Goulart e outros.

Texto: Sidneiva Paiva Oliveira Silva
Fonte: A História de Timóteo - Centro Sul - Professor Suely Itamar
Carnaval de Acesita teu nome é paixão - Manoelita Lustosa - (Jornal Hora H - 23/01/1983
Mensageiro

segunda-feira, 5 de outubro de 2009

Personagens da Cidade

Coquim Bai-Bai , Chica Ome, Zé de Deus , Zé Azedo, Inhá Do Birité, Sô Dedéu, Zé Pureca, Rita Preta, Adilino, Xerife, Pedro Piru, Sacurica, Júlio Tuquim.

Tradicionais Pontos de Encontros - Passado e Presente

Feira do Timirim, Bar do Zezé, Bar e Restaurante do Longuinho, Boteco do Zio, Cruzeiro Central, Pico do Ana Moura, Cachoeira do Chico Mota, Biquinha, Coreto da Praça Primeiro de Maio, Bar do Luis, Feira do Kinka Ferreira e Praça 29 de abril.

Festival Frutos da Terra - Cachaça, Gastronomia e Derivados

Sempre em Agosto, o festival é realizado no Clube Alfa. É uma mostra de culinária e produtos gastronômicos da região, bem como, a cachaça produzida artesanalmente.

Exposição de Orquídeas

Organizado pelo Núcleo Acesita- Timóteo (NATO), criado em 2001, a exposição mostra coleções de espécies raras de colecionadores de orquídeas.

Aniversário da Cidade

No dia 29 de abril , dia da criação do município, são organizados, nas praças 29 de Abril e Primeiro de Maio, apresentações musicais e programas de lazer.

Brincando, Fazendo e Aprendendo no Oikós

Desde 1994, anualmente, o Oikós oferece às crianças, no período das férias escolares, diversas atividades. Tais como, esportes de aventura ( escalada, arvorismo, tirolesa e rapel ), brinquedos, oficinas com técnicas de acampamento e apresentações teatrais.

Eventos Esportivos

Corrida Rústica de São Sebastião

Com quase duas décadas de tradição, a corrida acontece uma semana antes do Natal e conta com a participação de aproximadamente 2000 atletas mineiros e de outros estados.

Prova de Trekking

O "Trekking", conhecido também no Brasil como "Enduro a Pé" é realizada no interior do Oikós. As equipes, formadas por 3 a 5 pessoas, percorrem 15 quilômetros da reserva ambiental e são orientadas por planilha e bússola. É vencedora a equipe que percorrer todo o percurso mantendo a velocidade definida em cada trecho( pré-definidos por uma equipe técnica) perdendo assim a menor quantidade de pontos nos postos de controle.

Inox Bike

É realizada na Praça Primeiro de Maio, desde 2004, com percursos de ruas e trilhas, inclusive no Oikós. O evento integra o circuito nacional de provas montain bike e atrai cerca de 3 mil esportistas profissionais e amadores.

Copa Nacional de Futebol Infantil

Realizada no campo do Acesita, o evento ocorre em abril e recebe equipes de todo o país.

Passeio ciclístico

Como parte das comemoração do Aniversário da empresa ArcellorMittal Inox Brasil(31 de outubro) e do Dia das Crianças (12 de Outubro), há 18 anos, a empresa promove um passeio ciclístico pelo inteirior da usina.

Corrida rústica ecológica da região leste

Realizada em julho, a corrida passa pelas ruas dos bairros Limoeiro, Macuco e parte do Parque Estadual do Rio Doce.


Enduro de Regularidade de Motocross

A prefeitura de Timóteo e o trail Clube Serra dos Cocais promovem a prova em abril. O evento corta o Parque Floresta do Rio Doce e conta com a participação de 80 pilotos.



sexta-feira, 2 de outubro de 2009

Grupo Musical - Corporação Santa Cecília

Foi criada e fundada pelo Monsenhor Rafael em 1950, com o objetivo de aproveitar os músicos daquela época que trabalhavam na recém inaugurada companhia aços especiais Itabira - ACESITA.

Seu primeiro regente foi o maestro Geraldo Macedo, atuou até meados de 1951. Nesta época, chegou o maestro Antônio Rosendo , de Itabirito, que a dirigiu até 22 de julho de 1988. Com novas ideias, regime militar e grandes amizades, conseguiu implantar uma banda mais séria e eclética.

Com seu falecimento em 22 de julho de 1988, ao 65 anos, seu filho, Gilberto Rosendo, que atuava como trompestista, foi convidado por todos os integrantes a assumir a regencia da mesma.

Ainda hoje, sob a regência do maestro Gilberto Rosendo, a corporação musical Santa Cecília conta com 36 músicos , com repertório vasto e variado, desde músicas folclóricas à clássicas. Conta ainda com tres músicos atuantes desde a a sua fundação, sendo o Sr.Paulo dos Santos, Bumbista, o Sr. Raimindo Alvarenga, Trombonista e o Sr. José Sabino, Bombardinista.

Sempre convidada, participa de vários eventos em toda Minas Gerais, tanto religiosos como sociais ou cívicos.

Causos e Cantigas

Por iniciativa da historiadora Sidneiva Paiva, coordenadora da Casa de Memória e Pesquisa do Legislativo, da Câmara Municipal de Timóteo, o concurso surgiu em 2005. Através dos "causos" contados pelos moradores da comunidade, o concurso tem o objetivo de preservar memória por meio da divulgação dos fatos que marcaram a história da cidade e da região.

Cantata de Natal da Fundação ArcelorMittal Acesita

A cantata, regida pelo maestro Luciano Mendes Lima, é apresentada pelo Coral ArcelorMittal Inox Brasil, composto por adultos e o Coral Meninos Cantores da ArcelorMittal Inox Brasil, formado por crianças de 7 a 14 anos. Com um grande espetáculo de luzes e sons, o evento objetivo é incentivar o espírito de Natal e resgatar as músicas natalinas.

Carnaval

A festa mais popular do Brasil, o Carnaval teve início da Idade Média, com a introdução da Semana Santa. Do Latim "Carne Vale", ou seja, "adeus à carne", caracteriza o afastamento dos prazeres da carne como preparação para a Quarta-Feira de Cinzas, início da Quaresma.

Em Timóteo, as brincadeiras de Carnaval começaram na década de 1940. Pequenos cordões formados por moças e rapazes saíam pelas ruas do vilarejo cantando modinhas da época.

Em 1962, desfilou o primeiro bloco carnavalesco da cidade. No fim dos anos 70 surgiram as escolas de Samba Ala Leste, Unidos do Vale, Unidos do Quitandinha, os Bocas Brancas, Vai Quem Quer e Mensageiro.

Com o passar dos anos, alguns grupos se desfizeram, como a Ala Leste, Unidos do Vale e Mensageiros, e seus membros se uniram a outras escolas que existem até hoje.

Festa Junina

De origem européia, as festas juninas foram bem adaptadas à cultura brasileira.

Em homenagem à Santo Antônio, São João e São Pedro são realizadas em todos o país.

Em Timóteo, nos meses de Junho e Julho, a cidade ganha arraiais coloridos promovidos por escolas, clubes, igrejas e entidades sociais. Enfeitadas com bandeirolas, balões e fogueiras, as quermesses são animadas com quadrilhas, jogos, brincadeiras e fogos de artifício.

Além das comidas típicas:
  • Pipoca
  • Quentão
  • Pé-de-Moleque
  • Canjiquinha
  • Canjicão
  • Milho verde
  • Entre outras.

Romaria ao Cruzeiro Central

A romaria ao Cruzeiro Central ocorre anualmente no feriado de Corpus Christi. Organizada pelos moradores da sede do município, começou em 1980, como pagamento de uma promessa feita para que o nome de Timóteo não mudasse para Acesita depois do Plebiscito.

Coroação do Mês de Maio - Mês de Maria

Em 1904, o Papa Pio X assinou, a pedido de Dom Joaquim Arcoverde, Arcebispo do Rio de Janeiro, o decreto que coroava a imagem de Nossa Senhora da Conceição Aparecida e a proclamava Rainha do Brasil.

Desde a década de 1940, durante todo o mês de maio, a população, em conjunto com a paróquia, se organiza para Coroar a imagem de Nossa Senhora e homenagear as mães. A coroação acontece nas missas da manhã e noites dos domingos.

Festa de São Sebastião Padroeiro da Cidade

A Festa de São Sebastião acontece na cidade em 20 de Janeiro, na Paróquia São Sebastião, no Centro Sul, como homenagem ao Santo Padroeiro de Timóteo.

São Sebastião nasceu em Petrória, Itália, por volta do século III, de família cristã, batizado, ingressou nas fileiras romanas e chegou a ser um dos oficiais prediletos do Imperador Diocleciano. No entanto, nunca deixou deixou de ser um cristão convicto e ativo, pregando sua fé aos soldados e prisioneiros.

Festa de Corpus Christi

Instituída pelo Papa Urbano IV, em 1264, a festa de Corpus Christi é uma das mais antigas da Igreja Católica. É a celebração em que solenemente a Igreja comemora a instituição do Santíssimo Sacramento na Eucarista, sendo o único dia do ano que o Santíssimo Sacramento sai em procissão pelas nossas ruas.

Celebrada de forma simples, nos arredores da Igrejinha da Praça, a festa começou em Timóteo, entre os anos de 1930 e 1940. As ruas eram enfeitadas com arcos de bambus, bandeirolas, vasos de flores, toalhas e colchas decoravam as janelas. A comunidade em conjunto com os membros da Congregação Mariana, Apostolados da Oração, Filhas de Maria e crianças vestidas de anjo saíam em procissão com o Santíssimo Sacramento sendo venerado numa custódia. Atualmente a festa acontece na Igreja Matriz.

Manifestações Culturais de Timóteo


Capoeira e Cultura Afro-Brasileira

Com 30 anos de atuação no Vale do Aço a "Lenço de Seda" - CECAB tem suas origem no fim dos anos 70, em frentes de trabalho que lutavam contra a ditadura militar e pela ascensão dos movimentos populares. Inspirados nas práticas de Paulo Freire e na valorização de nossa cultura, sua atuação se deu sempre em duas frentes conjugadas.

A Sociedade Cultural Pasárgada, hoje CECAB, que atua e já atuou em teatro, realização de eventos de criação coletiva, galeria de arte e artesanato, livraria de ciências humanas, carnaval regional, fitoterapia, alimentação natural, oficinas de capacitação, terapias alternativas, assessorias e parcerias diversas. A Associação de Capoeira Lenço de Seda desenvolve trabalhos como Capoeira Angola e manifestações de raízes africanas.

Seu acervo histórico hoje em processo de resgate e digitalização com o apoio do Fundo Estadual de Cultura contém significativo patrimônio audiovisual em fotos, vídeos e também documentos .

Manifestações Culturais de Timóteo


Instituto Religioso e Cultural Reino do Rosário

A Banda de Marujos Reino do Rosário nasceu em 2005, se tornando uma Guarda de Moçambiqueiros. Com o intuito de ampliar as ações do grupo, que tem como objetivo principal, preservar a cultura afro-brasileira , transformou-se em Instituto Religioso e Cultura Reino do Rosário.

As fardas usadas por eles são usadas por eles são composta de: Calça, Camisa, quepe, boina e a roupa do Capitão de Guarda tem o mesmo modelo dos capitães de antigamente. Os moçambiqueiros usam saias rodadas de tecido ( lembram as saias do Candomblé) , turbantes ou lenços amarrados na cabeça e no peito trazem o Rosário de Nossa Senhora. As atividades dos moçambiqueiros e a Banda de Marujos seguem as mesmas características do Congado: a coroação dos Reis Festeiros, a corte dos Reis Congos, a Guarda, o levantamento da bandeira do Santo de devoção, entre outros. O que diferencia um grupo do outro são as roupas, o ritmo dos tambores e as danças.

O Instituto Religioso e Cultural Reino do Rosário conta com aproximadamente 50 integrantes. Eles não possuem sede própria, por isso , se reúnem nas casas de seus membros ou na Escola Municipal Angelina Alves de Carvalho. Ainda não possuem um Estatuto registrado.

Manifestações Culturais de Timóteo


Congado de São Sebastião



O "Congado Nossa Senhora do Rosário de Timóteo" foi criado em Setembro de 1895, por Manoel Berto de Lima, sendo ele coroado o primeiro Rei Branco. Na época, o grupo contava com 16 membro, todos homens, as mulheres não podiam participar. Depois de vários períodos de interrupção, em 1976, o grupo retoma as atividades através da iniciativa do filho de Manoel Berto, o senhor Manoel Pereira da Silva, conhecido como Manoel Vitório. Em 1982 , o grupo recebe o nome oficial de "Congado de São Sebastião de Timóteo" e é reconhecido oficialmente como sendo de utilidade pública. É também neste ano, que as mulheres recebem permissão para participar do grupo. Atualmente eles contam com a participação de aproximadamente 48 membros. Compõe o Congado : O Rei e a Rainha Congos , Rainha e Rei brancos, Príncipes e Princesas Congos , Príncipes e Princesas Brancas, Capitão e Capitã Regente, Mestre e Guarda.

Curiosidade:

O membro mais velho do congado de Timóteo é uma senhora de 105 anos e o mais novo é um menino de apenas 5 anos. Em Timóteo, a festa acontece sempre no mês de Outubro. Porém eles também participam da Festa de São Sebastião, padroeiro da cidade, no dia 20 de Janeiro e no dia 13 de Maio na Festa do Divino Espirito Santo.

O significado da Bandeira



A Bandeira e o Brasão do Município de Timóteo foram pela Lei 179, de 29 de Janeiro de 1968.

A Estrela 1 representa o Poder Legislativo.
A Estrela 2 representa o Poder Judiciário.
A Estrela 3 representa o Poder Executivo.
O Triângulo equilátero representa o equilíbrio.
A Pira Olímpica representa a continuidade.
A Asa representa o comércio.
A Engrenagem e Bigorna representam a Indústria.
A cor azul representa a Lealdade.
A cor branca representa a Paz.
A cor vermelha representa o trabalho.

Memorial 60 Anos Acesita


Escultura baseada nos conceitos contemporâneos de arte, idealizada pela arquiteta e urbanista Soraya Simões Salles e o artista plástico Fernando Lodi, marco da comemoração dos 60 anos da Acesita.

A explicação da artista sobre o monumento é a seguinte:

Seis, sob forma de uma bobina em espiral, representa a libertação da diversidade de estilos, tendências e movimentos que provem do pensamento do filósofo francês, Julles Deleuze, onde atualmente, acredita-se na forma singular do fazer artistico contemporâneo. Quanto ao Zero, representado por um círculo - " figura geométrica que indica perfeição e o lugar da contemplação" - Foi sugerido pelos artista como " O local mais adequado para imprimir o nome dos Homenageados pela ACESITA S/A "

Monumentos Históricos de Timóteo

Busto João Otávio



O "Busto João Otávio", foi uma obra encomendada à artista Ângela Ataide para a inauguração do Pronto Atendimento João Otávio ( Posto Médico do Olaria ). No entanto, a obra ainda não foi instalada no seu devido lugar.

Criado com a técnica Bronze Patnado, a obra simboliza o falecido sindicalista João Otávio que trabalhou durante anos na Acesita e lutou pelos direitos dos operários.

Segundo a artista a escultura simboliza e não retrata fielmente o sindicalista, devido às poucas imagens que ela tinha do mesmo.

A obra ainda está em poder da artista.

Monumentos Históricos de Timóteo

Monumento ao Trabalho



O Monumento ao Trabalho foi criado pela artista Ângela Ataide para a inauguração do Centro de Economia Informal de Timóteo, conhecido popularmente como Camelódromo.

Produzido com chapa de aço Inox, o Monumento ao Trabalho é a letra "T" estilizada, significando o trabalho. No seu centro há um outro "T" vazado, em referência à bipolaridade negativa e positiva. Suas extremidades superiores apontam para o alto, lembrando que o homem busca sempre o crescimento , o desenvolvimento, a ascensão.

Monumentos Históricos de Timóteo

Monumento Carlos Drummond de Andrade



Localizado no Memorial Carlos Drummond de Andrade - Centro Pedagógico Carlos Drummond de Andrade, o Monumento foi esculpido com a técnica Bronze Patnado, pela artista Ângela Ataide, no ano de 2007.

A artista tentou retratar o escritor com aproximadamente 60 anos. Seu semblante mostra um sorriso enigmático, seus olhos são penetrantes e parecem ler a nossa alma. A posição de seu braço direito envolve quem está sentado próximo a ele. Em sua mão esquerda segura o livro "Sentimento de Mundo", obra que estava mais evidente quando ele tinha essa idade.

Monumentos Históricos de Timóteo

Monumentos aos pioneiros de Timóteo
Título: Família





Criado com a técnica Bronze Patnado, o Monumento aos Pioneiros de Timóteo foi idealizado pela artista Ângela Ataide como uma forma de homenagear os pioneiros de Timóteo. A obra foi instalada no dia vinte nove de Abril de 2006 - Aniversário da cidade - , na Praça 29 de Abril.
Primeira praça de Timóteo em torno da qual se formou o núcleo urbano do município.

Mesmo sendo uma obra encomendada pela prefeitura, a artista se envolveu muito com o projeto, uma vez que na sua juventude morava próximo à "pracinha". Decidiu criar a escultura pensando naquelas famílias que aqui chegavam com a esperança de um futuro promissor, a princípio com expectativas rurais e posteriormente como grande pólo industrial. Na obra está impressa o conceito de família e de raízes bem sedimentadas, num solo novo, repleto de esperança e de desejo de transformar o sonho em realidade.

O homem de chapéu trajando camisa, calça e botina representa o tradicional, o apego aos valores, por isso carrega uma foice que apesar de podar, não corta as raízes. A mulher, grávida, simboliza a reprodução, o aconchego de mãe. Está ao lado do homem ajudando-o na luta diária. A criança em uma das mãos carrega uma marmita - simbolo da sobrevivência, e na outra mão segura uma varinha lembrando o lúdico.

A obra foi instalada virada para o sol nascente.


terça-feira, 15 de setembro de 2009

O que é a Casa de Memória?


Apresentação

A proposta de criar a Casa de Memória e Pesquisa do Legislativo surgiu da necessidade de divulgar junto aos estudantes e à população de Timóteo as atribuições do Poder Legislativo municipal. Dessa forma, contribui para a formação de cidadãos conscientes de de seus direitos e deveres, capazes de compreender, inovar, refletir e transformar a realidade.

Visão

Propiciar à população de Timóteo através da Casa de Memória e Pesquisa do Legislativo a importância da Câmara Municipal como espaço de construção e difusão do conhecimento, fortalecimento da cidadania e reflexão da prática, fundamentando em principios éticos e democráticos, que contribuam para o fortalecimento do Poder Legislativo e de toda Sociedade.

Missão

Promover, através da Educação a construção e a difusão da verdadeira função do Legislativo, o aprimoramento do conceito de cidadania e a reflexão da práxis, contribuindo para o fortalecimento do Poder Legislativo e de toda Sociedade.