segunda-feira, 26 de outubro de 2009

Timóteo, capital do inox

Cidade situada na Bacia do Rio Doce, Micro região Siderúrgica de Minas Gerais, possui como parte de sua identidade a ligação com a atividade da mineração . Também conhecida como Acesita, denominação da Companhia Aços Especiais Itabira, a cidade de Timóteo possui vários outros elementos que fazem parte de sua identidade cultural. Os índios Botocudos podem ser considerados os primeiros habitantes da região do vale do aço do Rio Doce, local no qual hoje se localiza a cidade de Timóteo. Com a crise do Antigo Sistema Colonial no final do século XVIII e início do século XIX, Portugal procurou estabelecer, em sua colônia Brasília, novas áreas de exploração.

"A Carta Régia de 13 de Maio de 1808, enviada pelo príncipe Dom João VI ao governador e capitão geral da capitania de Minas Gerais, Pedro Maria Xavier de Ataíde e Mello, estabelecida a importância estratégica do leste de Minas para a Coroa Portuguesa, no contexto de reordenação da política imperial às mudanças que ocorriam nas metrópoles colonialistas."[2]
Segundo a descrição dos viajantes e naturalista que se aventuravam por tão temida região, os Botocudos eram vistos como ameaça ao processo de colonização que se pretendia empreender naquele lugar.
Ao longo do século XIX, o Vale do Rio Doce acabou se transformando em área de conflito, no qual colonizadores e os povos indígenas estabeleceram combates que acabaram por praticamente dizimar os naturais da região.[3]

Com a já conhecida crise da exploração do ouro na província das Minas, o Vale do Rio Doce apresentava-se naquele momento como alternativa interessante.
Nos três primeiros séculos de colonização, o Vale do Rio Doce não havia sido ainda percebido como área provável de exploração econômica. O Vale era visto, na verdade, como uma mata de difícil acesso, na qual estavam presentes doenças e "gentios bravios". Com a justificativa para fazer a guerra como desejassem militares com o patrocinio da Coroa, bandeirantes e colonizadores não pouparam munição e , em nome da "civilização", cometeram toda a sorte de crueldades para exterminar os primeiros habitantes do Leste de Minas Gerais.

O ínicio do processo de ocupação da região onde hoje se localiza a cidade de Timóteo pode ser ligado à memória referente à conhecida Fazenda do Alegre, propriedade de Francisco de Paula e Silva. Aliás, a ocupação desta área pode ser percebida como parte do investimento empreendido pelo governo luso em colonizar o Vale do Rio Doce durante o século XIX.

A pouca documentação existente a respeito da Fazenda do Alegre pode também ser interpretada como um indício do caráter precário com o qual foi realizada sua ocupação. Apesar de não ser o primeiro a receber a Carta de Sesmaria na região, o Alferes português Francisco de Paula e Silva pode ser considerado um pioneiro do lugar. Em 1832, foi expedida uma Carta de Sesmaria a favor do alferes que, ao que parece, já havia chegado e se instalado há algum tempo no lugar conhecido como Ribeirão de Timóteo. Por este documento é possível perceber que o lugar já possuía o nome de Timóteo, em princípios do século XIX. Conta a tradição oral que este nome teria sido atribuído devido à existência de um mulato na região cujo nome era Manoel Timóteo. Proprietário de um armazém de "secos e molhados" localizado próximo à área de mineração da Lavrinha, em época anterior a 1830, as margens do ribeirão acabaram recebendo o nome do comerciante presente no local. Como se pode verificar em uma entrevista com o senhor Raimundo Alves, morador e conhecedor da história da região, ao ser perguntado sobre de onde teria vindo o nome da cidade: " Segundo tradição antiga, este nome fora herdado de um tal Manoel Timóteo, que tinha uma vendinha nas cabeceiras do rio, próximo a uma mineiração; comerciava com os escravos." [4]

Nas primeiras décadas de ocupação, o Vale do Rio Doce, de modo geral, não possuiu nenhum tipo de atividades constantes e significativas na região, destacando-se apenas algumas poucas iniciativas isoladas. A ocupação efetiva e adequada apenas teria sido garantida com a abertura de acesso às margens do Rio Doce, por meio da implantação de estradas de ferro. Tal empreendimento só tem sua conclusão na segunda metade do século XIX, com a construção da Estrada de Ferro Vitória-Minas.

A Fazenda do Alegre acabou se transformando em importantes ponto de apoio para as embarcações que subiam e desciam o rio Piracicaba em direção a Vila Rica ou Vitória. Seu proprietário, o alferes Francisco de Paula e Silva, ao falecer por volta de 1860, deixou em herança um significativo patrimônio em terras para seus filhos com a senhora Theodora Umbelina da Cunha. Ao longo do tempo, os filhos de Francisco de Paula e Silva acabaram por se desfazer de sua herança, vendendo parte de suas terras e terceiros.

A partir desse desmembramento das terras da Fazenda do Alegre, provavelmente, começou a surgir o primeiro núcleo de povoamento com a abertura de roças e criação de vias de comunicação entre povoados vizinhos, já em ínicios do século XX. É claro que por anos, a região de Timóteo ainda permaneceu como um pequeno povoado cercado pela vegetação do Vale. Tal situação apenas começou a mudar efetivamente com a chegada da Estrada de Ferro Vitória-Minas. Como se pode verificar no depoimento dado por uma remanescente dessa época:

"Em 1918, a ponta de trilho da EFVM ainda estava entre Escura e Valadares. Ainda não havia chegado aqui, onde só passou em 23 e 24, em direção a Antônio Dias. A estação da estrada de ferro de Cel.Fabriciano, antigamente chamava Calado, foi inaugurada em 24 de abril de 1924. Eu assisti à inauguração. Lembro-me perfeitamente como foi: a alegria dos roceiros, dos matutos, do povo, inclusive dos próprios trabalhadores da EFVM.(...) Eu sinto na pele, eu sinto o desenvolvimento que aconteceu com a vinda e com a passagem da EFVM por aqui. Eu tenho certeza absoluta que não fosse a EFVM ter passado aqui no Vale do Rio Piracicaba, o Vale do Rio Doce não teria o desenvolvimento que tem...[5]

E
m 1923, Timóteo foi incorporado ao recém-criado distrito de São José do Grama, hoje Até ser transformada em distrito por lei de 17 de Dezembro de 1938, Timóteo foi, então, desmembrada do distrito de São José do Grama, município de São Domingos do Prata, e incorporado a Antônio Dias Abaixo. A instalação do distrito ocorreu a 1º de Janeiro de 1941, sendo empossado seu primeiro Juiz de Paz o Sr. Joaquim Ferreira de Souza que, em 24 de junho do mesmo ano, deu posse no cargo de Escrivão de Paz e Notas Interino ao Sr.José Moreira de Castro, o José de Pio. Em Setembro do mesmo ano, José de Pio nomeou o farmacêutico Raimundo Alves de Carvalho como sucessor de Joaquim Ferreira de Souza no cargo de Juiz de Paz.

A primeira capela de Timóteo foi construída de maneira bastante precária nos primeiros anos do século XX onde hoje se localiza a atual Praça 29 de Abril. Em 1915, a capela foi substituída por outra, construída de "pau a pique" com um pequeno cemitério aos fundos. A capela era assistida por padres que vinham das vizinhas Marliéria, Jaguaraçu, e Coronel Fabriciano. Segundo Silveira, estudioso da história local,

"Em volta da igrejinha havia um pequeno cemitério, e no largo da terra, onde estava a igrejinha, havia uma pequena nascente. Ao redor da igrejinha foram surgindo mais casas. O povoado foi se formando com a construção de barracos rústicos, casas de madeira ou pau-a-pique, com telhas cumbucas, seguindo uma simetria, alinhamento e planejamento dos próprios moradores, tomando a igrejinha como centro. Assim foi surgindo o Arraial de São Sebastião do Alegre(Timóteo)."[6]

Até então, o distrito de Timóteo caracterizava-se pela presença de pequenos fazendeiros que cultivam sua terra. A ocupação ocorreu de forma espontânea, favorecida pelas nascentes que por ali existiam. Essas antigas fazendas foram formadas por uma série de subdivisões da Fazenda do Alegre, a primeira sesmaria da região. No início do século XX, o povoado começava a se formar. Com o passar dos anos, o Distrito de Timóteo ainda mantinha características rurais.

O processo de crescimento urbano da cidade desencadeou-se com a chegada da ACESITA. Em 31 de outubro de 1944 foi fundada a Cia. Aços Especiais Itabira, a ACESITA, pelos engenheiros Amyntas Jacques de Moraes, Percival Farquhar e Athos de Lemos Rache. A Fundação da siderúrgica no lugar proporcionou a vinda dos novos imigrantes, o operários e funcionários, sendo que a modernidade da industrialização foi motivo de um choque cultural na pacata vila. A Companhia trouxe prosperidade, possibilitou a urbanização e melhoria das condições de vida de seus moradores.

Inserido em um projeto maior, relativo ao desenvolvimento da indústria siderúrgica no Brasil, a implantação de uma usina na região do Vale do Rio Doce era percebida como um empreendimento importante para impulsionar o crescimento industrial nacional. Com as dificuldades de importação causadas pela 1ª Guerra Mundial, o governo procurou incentivar o desenvolvimento da indústria siderúrgica nacional. A partir dos incentivos, como a isenção de impostos, reduções dos valores dos fretes, além da concessão de créditos, algumas empresas siderúrgicas foram criadas em Minas Gerais: a Cia. Siderúrgica Belgo-Mineira, em 1921, em Sabará e , em 1937, em João Monlevade; a firma Hime & Cia. foi instalada, em 1925, em Barão de Cocais, sendo transformada posteriormente na Cia. Brasileira de Usinas Metalúrgicas.

Contudo, ao final dos anos 30 do século XX, em um contexto no qual a economia mineira vivia uma crise generalizada por causa da queda violenta das exportações de café, cria-se um ambiente de descontentamento em que a nascente "tecnocracia" mineira, formada pela Escola de Minas de Ouro Preto, reinvidica como atribuição do Estado a tarefa de construir a infra-estrutura necessária à industrialização de Minas. A atividades da mineração era apresentada como alternativa de aproveitamento dos recursos minerais, além de se transformar em um impulso à economia do estado, que sofria um processo de declínio no contexto nacional desde a decadência da mineração do ouro.[7]

A criação da Acesita pode ser relacionada ao contexto da Segunda Guerra Mundial, quando o Brasil entrou no conflito, ao lado dos aliados. Em 1942, como parte da política de aproximação, estabelecida entre o Brasil e os Estados Unidos, foi assinado o Acordo de Washingto, contrato que previa a nacionalização das jazidas de minério de ferro presentes na região de Itabira, em Minas Gerais. Tal ação acabou por resultar na criação da Companhia Vale do Rio Doce, empresa que se tornaria responsável pela exploração e exportação do ferro produzido no Brasil.

Juntos, o engenheiro Percival Farquhar, representante de uma das mineradoras nacionalizadas, a Itabira Iron Ore Co, com os empresários mineiros Amyntas Jacques de Moraes, e Athos de Lemos Rache idealizaram a criação de uma usina de aços especiais na região do Vale do Rio Doce, área rica em minério de ferro, carvão vegetal e recursos hídricos. Após pesquisas e a garantia de conseguir um empréstimo para o empreendimento com o Banco do Brasil, em 31 de outubro de 1944, ficou definido o nome da nova empresa, Companhia Aços Especiais Itabira, com a sigla Acesita, seu nome definitivo.

A escolha do local para a instalação da Usina apontava, inicialmente, para a cidade de Itabira. Porém, apesar de possuir reservas da matéria-prima, o minério de ferro de Itabira não oferecia as condições necessárias para a implantação da Usina devido ao seu relevo excessivamente irregular, a escassez do carvão vegetal e de recursos hídricos. Ao explorar e examinar a região do Vale do Rio Doce em lugares como Nova Era, Coronel Fabriciano, entre outros, escolheu-se como mais propício o povoado de Timóteo, então distrito da cidade de Antônio Dias. A área escolhida para a implantação da Usina era, inicialmente, uma fazenda, a fazenda Dona Angelina, propriedade do Sr. Raimundo Alves, adquirida pela Acesita em 1945.[8]

Tanto a mão-de-obra especializada quanto os equipamentos para a instalação da usina vieram, sobretudo, dos Estados Unidos. Foi construída uma usina hidroeléctrica que ganhou o nome de Sá Carvalho,inaugurada em 1951 como a maior usina hidroeléctrica do Estado de Minas Gerais. Em 1949, a Usina conseguiu produzir sua primeira corrida de gusa . Com a chegada da Acesita em 1944, também vieram os primeiros operários da empresa, que ficaram responsáveis pela construção do acampamento nas imediações da Usina. As condições de trabalho eram precárias, agravadas, principalmente, pela dificuldades de transporte. A única via de acesso entre o canteiro de obras e as cidades vizinhas era a ferrovia.

Além da construção de obras essenciais ao funcionamento da Usina, também foram necessárias obras que dotassem o pequeno povoado de Timóteo de infra-estrutura capaz de receber o grande número de trabalhadores que chegariam junto com a empresa. Nestes primeiros momentos, durante a década de 40 do século XX, também foram contruídas moradias, conjunto residenciais para os funcionários, e estradas. Até mesmo o material utilizado nas obras, como tijolos, telhas, madeiras, manilhas, pedras, foi fabricado no próprio local. Entre os primeiros bairros da cidade é possível destacar que os mesmos foram erguidos com recursos oriundos da Acesita. Um dos primeiros bairros a surgir na cidade foi o Quitandinha, uma referência bem humorada ao elegante Cassino de Petrópolis, o Quitandinha, além do Algodoal, ambos com casas de pau-a-pique cobertas de sapé.

Contudo, mesmo como o empenho da empresa em oferecer condições mínimas para seus empregados, moradias em boas condições não foram suficientes para todos já que o crescimento populacional foi maior que os investimentos realizados. Também se tem notícias de que tempos depois teriam surgido bairros com nomes curiosos, como é o caso do Vai-Quem-QUER, bairro de grande movimento de pessoas; a Vila dos Caixotes, onde os barracões eram feitos com as tábuas das embalagens dos equipamentos vindo dos Estados Unidos; além do Timirim das Cachaças, único local em que era permitida a venda de bebidas alcoólicas. Com o tempo, surgiram outros bairros com mais infra-estrutura, como é o caso da Vila das Bromélias, Vila dos Funcionários, Vila Dos Técnicos e Olaria.

Com o crescimento e expansão das atividades da Siderúrgica, as condições das habitações foram melhhorando. Nos primeiros momentos de sua existencia, o processo de urbanização de Timóteo foi criado e mantido pela Acesita. Em 1945, foi construída a primeira escola em um galpão de madeira. Depois viriam várias outras, doadas, posteriormente, ao estado. A Escola de Formação Profissional, em convênio com o Senai, foi inaugurada em 1954 e ampliada em 1963, com a criação do Colégio Técnico de Metalurgia. A empresa, ao mesmo tempo, investiu na saúde, no atendimento médico e na prevenção de doenças. Em 1950, entrou em funcionamento o sistema de tratamento de água, e , em 1952, foi inaugurado o Hospital Acesita. A empresa assumiu a responsabilidade pela construção de escolas, postos de saúde, cemtros de lazer, comércio, além de cuidar de serviços básicos, como é o caso da segurança pública e o transporte coletivo.

Entre as ações previstas pela Acesita, também se encontram os investimentos na área do lazer , iniciativa que tinha por objetivo estimular a fixação dos empregados na cidade. As primeiras iniciativas no setor consistiram na organização de campeonatos de futebol. Outras formas de diversão eram os bailes de Elite Clube, o Porto chique da cidade, e o Clube do Operário. Os clubes promoviam shows musicais e até mesmo apresentações de grupos de teatro.

Até 1969, a área urbana em torno da Usina, constuída pela Acesita, abrigava a maioria dos funcionários e era mantida sobre o controle da empresa. A influência da usina estendeu-se para além de seus muros, alcançado também o núcleo urbano ocupado por seus trabalhadores na medida em que sela se transformara em criadora e mantenedora deste espaço. Ao oferecer moradia e infra-estrutura básica à população, a Acesita acabou criando uma espécie de cidade privada que de certa forma, excluía quem não estava dentro dela. Tal situação pode ser verificada no depoimento do Padre Abdalla, antigo morador da cidade, figura até hoje, bastante conhecida na cidade:

Aqui se usava uma expressão: " Você trabalha na Acesita? Não, sou particular!" Particular era quase sinônimo de marginalizado, seja lá o que ele fizesse.(...) A Acesita, ocupando todo o espaço, tirou a criatividade. As pessoas não precisavam ter iniciativa, a diversão era programada. As pessoas que não eram da Acesita não tinham vez.(...) Isso condicionou essa mentalidade técnica, fria.[9]

Em 1969, em decorrência do Plano de Expansão, a companhia transferiu as responsabilidades à prefeitura, doando todos os espaços prestadores de serviços públicos ao poder municipal. Este momento pode ser visto como um marco para cidade de Timóteo, recentemente elevada a município independente. Timóteo viu-se diante de uma grande questão, a integração de dois núcleos populacionais: a cidade privada, Acesita, e o núcleo inicial formado a partir das terras da antiga Fazendo do Alegre.

Sem sombra de dúvida o múnicipio de Timóteo ainda hoje é marcado por uma dualidade: a região de "Timóteo" e de "Acesita" - denominações comumente usadas para definir a área de formação de povoado e o núcleo que se desenvolveu impulsionado pela instalação da usina. Tal situação pode ser verificada ainda nos dias de hoje, já que, em conversas informais com algum morador, percebe-se claramente a distinção entre esses dois espaços na cidade. As denominações Timóteo e Acesita são amplamente utilizadas pela população, o que pode chegar a confundir a quem não conhece a história da cidade.

Durante os anos 40 e 50, Timóteo viveu novas transformações administrativas, quando da primeira tentativa de emancipação que , tendo sido frustada, o município passou a pertencer a Coronel Fabriciano. A lei estadual nº 336, de 27 de dezembro de 1948, desmembrou o distrito do município de Antônio Dias, incorporando-o a Coronel Fabriciano. Por força da lei estadual nº 2714 de 20 de dezembro de 1963, Timóteo foi elevado a município. Em 29 de abril de 1964 , graças aos esforços de moradores como José Moreira de Castro (Zé de Pio), Jair Santiago, José de Paulo Viana(Beijo), Francisco Machado de Oliveira, Olavo de Castro Ulhoa, José Borges de Araújo, Luiz Gonzaga da Silva, José Moraes Quintão, Manoel de Assis Bowen, Jackson Teles, José Moreira Moraes(Bito), Wellington Martins Ferreira,Benedito de Assis Paiva, Joaquim de Castro, liderados pelo deputado Geraldo Quintão e outros, Timóteo soleniza a instalação do município autônomo. O Sr. Virico da Fonseca é nomeado 1º Intendente, admnistrando a cidade no período de 01/09/64 a 03/12/65 até a posse de seu primeiro prefeito , o Sr.José Antônio Araújo.

No que diz respeito ao ambiente social do lugar, os anos trinta foram importantes para o crescimentos dos movimentos culturais e esportivos de Timóteo. Em 1936, foram encenadas as primeiras peças teatrais nos fundos da loja de Joaquim Ferreira de Souza. Nesta mesma época, também é formada a 1ª Banda de Música, cujos componentes eram os moradores do lugar. Em 12 de Outubro de 1938, na fazenda de Joaquim Ferreira de Souza foi fundado o Florestino Social Clube, 1º time de futebol do lugar, tendo como presidente o Sr. José Paulo Viana( Sr.Beijo) [10]

Já o carnaval em Timóteo tem sua origem na década de 30 quando alguns moradores passaram a brincar pelas ruas do Arraial de São Sebastião do Alegre. Na década de 60, Dona Nadir Pinheiro Silva,Tia Nadir, criou a Escola de Samba Unidos do Quintandinha, sendo esta a primeira escola de samba da cidade. A primeira Rainha do Carnaval oficial é Jacira Gomes, que durante as décadas de 50 e 60 reinou com diferentes Rei Momos. Hoje, a cidade conta com mais duas e importantes escolas: Os Bocas Brancas e a Vai Quem Quer, ambas criadas na década de 80.

É possível dizer que a história de Timóteo, de certa maneira, confunde-se com a história da siderurgia nacional. Marcada intimamente pela presença da Acesita, o munícipio de Timóteo possui sua identidade profundamente atrelada à imagem da empresa que é o principal motor econômico da cidade. Capital do Inox, cidade integrante do Vale do Aço, Timóteo conserva ainda seus ares da cidade do interior junto com seu ritmo de cidade industrializada, diferenças essas que não necessariamente refletem um conflito, mas, na verdade, sugerem as diferentes faces de sua complexa identidade cultural.

[2] Silveira, Suely Itamar Santiago. Timóteo - O Coração da história de São Sebastião do Alegre. Texto mimeo.
[3]Dossiê: Agência de Investigação Histórica. A Histórica de uma cidade: Acesita-Timóteo. Belo Horizonte: Prefeitura Municipal de Timóteo. P.18.
[4]Raimundo Alves. A História de um Município. Entrevista concedida a Cristina Tárcia. In: Diário do Aço. Região do Aço, Domingo, 29/04/79. p. 7
[5]Depoimento escrito de José Moreira de Castro. Citado por: Dossiê: Agência de Investigação Histórica. A História de uma cidade: Acesita-Timóteo. Belo Horizonte: Prefeitura Municipal de Timóteo. p.43-44.
[6]Silveira, Suely Itamar Santiago. Praça 29 de abril ( Largo da Igrejinha - Largo da Praça ). O Coração da história de São Sebastião do Alegre - Timóteo. Texto mimeo.
[7]Dossiê: Agência de Investigação Histórica. A História de uma cidade: Acesita-Timóteo. Belo Horizonte: Prefeitura Municipal de Timóteo. p.52
[8]Acesita, uma história feita de aço. Belo Horizonte, 1989. p.31-33
[9]Depoimento de Padre Abdalla, Timóteo, junho de 1992. Citado por: Dossiê: Agencia de Investigação Histórica. A História de uma cidade: Acesita-Timóteo. Belo Horizonte: Prefeitura Municipal de Timóteo. p.73






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