segunda-feira, 26 de outubro de 2009

História do Carnaval de Timóteo

O Carnaval é considerado uma das festas populares mais animadas e representativas do mundo. Tem sua origem no entrudo português, onde, no passado, as pessoas jogavam uma nas outras, água, ovos e farinha. O entrudo acontecia num período anterior a quaresma e, portanto, tinha um significado ligado a liberdade. Este sentido permanece até os dias de hoje no Carnaval.
O entrudo chegou ao Brasil por volta do século XVII e foi influenciado pelas festas carnavalescas que aconteciam na Europa. Em países como Itália e França, o carnaval ocorria em forma de desfiles urbanos, onde os carnavalescos usavam máscaras e fantasias. Personagens como a colombina, o pierrô e o Rei Momo também foram incorporados ao carnaval brasileiro, embora sejam de origem europeia.
No início da década de 1940 poucos moradores de São Sebastião do Alegre (Timóteo) possuíam rádio a válvulas, onde podiam ter acesso a programas de auditório transmitidos ao vivo, novelas, missas, noticiários e músicas. Os moradores do arraial de Timóteo Antônio Claudino de Souza, Sebastião Evangelista de Souza (Sebastião Cota) e Joaquim Ferreira, foram os primeiros possuidores desse bem.
No período carnavalesco, as modinhas eram transmitidas diretamente das rádios Tupi, Nacional do Rio de Janeiro, São Paulo e Belo Horizonte. As modinhas cantadas pela cantora Emilinha Borba considerada a Rainha do Rádio na época, faziam muito sucesso nas capitais e no interior do Brasil. No arraial de Timóteo as brincadeiras de carnaval resumiam-se em cantar as modinhas de sucesso em pequenos cordões como se chamava na época, formado por moças e rapazes, que algumas vezes saiam percorrendo as poucas ruas de terra que existia no arrial.
O Carnaval de Rua surgiu na década de 1980, de uma nascida dentro da superintendência de relações Industriais da Cia. Acesita abraçada pelos carnavalescos da cidade e apoiada pela Prefeitura Municipal de Timóteo. Surgiu na época seis escolas de samba, Ala Leste, Unidos do Vale, Unidos da Quitandinha, Os Bocas Brancas, Vai Quem Quer e Mansageiro.
O regulamento redigido pela AEST - (Associação das Escolas de Samba de Timóteo) era simples: tratava dos fins a serem dados aos instrumentos oferecidos pelo Prefeito Geraldo Ribeiro para compor a bateria (3 surdos, 2 contra surdos, 3 caixas de guerra, 4 taróis, 2 triângulos, 8 ganzás, 4 pandeiros, 4 reco-reco, 10 tamborins, 4 agogôs e 1 cuíca).
Cada escola recebeu uma verba do município para animar e levar a avenida muita beleza, irreverência, criatividade e principalmente muita alegria. No ano de 1981 a Escola Unidos do Vale, Ala Leste e Mensageiro não participaram mais do carnaval, migrando para as Escolas que permaneceram.
Falar de festa carnavalescas sem citar o Sr Quincão e Dona Nadir é deixar uma lacuna na História dessa festa que alegra grande parte do povo timotense, quando ainda desfilavam pelas ruas antigas dessa cidade, as modinhas entoadas no rádio cantadas por Emilinha Borba, Angela Maria, Jorge Goulart e outros.

Texto: Sidneiva Paiva Oliveira Silva
Fonte: A História de Timóteo - Centro Sul - Professor Suely Itamar
Carnaval de Acesita teu nome é paixão - Manoelita Lustosa - (Jornal Hora H - 23/01/1983
Mensageiro

7 comentários:

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  4. Censuram meus comentários......
    Grande memória.....

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  5. EU E O CLÓVIS BORNAY (EDIÇÃO 46)
    Hoje os Bocas Brancas dão uma festa para angariar fundos para as despesas do carnaval de 1981. O evento ganhou o nome de “Forró da Bocada” e aguarda-se grande comparecimento e consequentemente boa arrecadação.
    Os Bocas Brancas, para os menos avisados, são os componentes da agora famosa Escola de Samba que ganhou o excelente desfile do carnaval de Acesita, no princípio deste ano. Sua mais séria concorrente foi a Escola de Samba Vai Quem Quer e o acontecimento gerou, além do êxtase para o público, uma polêmica das mais carnavalescas das que temos visto neste país do carnaval.
    A boca hoje deve ser rica, prometem os Bocas Brancas. Quentão, canjica, capoeira, congado, forró com o Compadre Juca e certamente muitas passistas da escola campeã lá estarão também dando o tom da beleza e picardia.
    Esta festa de hoje é muito importante para a região, pois mostra que a animação tomou conta dos foliões, o que prenuncia um carnaval maior e melhor para o próximo ano. Dias atrás a Escola de Samba Vai Quem Quer deu também uma festa e o sucesso foi total, aumentando a certeza de que a festa maior do brasileiro, aquela em que ele consegue ainda entregar-se a fantasia da vida, será estrondosa em 81.
    As brigas e discussões entre Bocas Brancas e Vai Quem Quer certamente continuarão, mas este “back Ground” é tão importante quanto a preparação para festa, porque a rivalidade acentua a qualidade e resulta em melhoria geral. Por sinal que temos a certeza de que se houver o mínimo de linha e inteligência na competição entre as duas escolas, Minas Gerais vai ter um novo centro para as comemorações do carnaval. Basta que os Bocas Brancas não façam o som acabar na hora do desfile da Vai Quem Quer e basta também a Vai Quem Quer nao ficar acusando os Bocas Brancas de desligarem o som na hora do desfile.
    Carnaval do ano que vêm eu desfilo, talvez na Escola de Samba do Quincão, a Quitandinha, mas tudo depende do Clóvis Bornay confirmar uma fantasia que me prometeu de empréstimo, para que eu seja o destaque maior do deslumbrante e desmunhacador desfile.
    Para os amigos que já começaram a sorrir com o fato deste cronista sair com uma fantasia emprestada pela fulgurosa e sulfurosa figura do Clóvis Bornay, informo que não haverá motivos para malícias e ironias. Trata-se de uma fantasia de chaminé, com a qual explirei fumaças por todos os poros e com algumas plumas e paetês, irei com quem quiser, desde que a boca seja branca, para o paraíso do Quincão.
    Enquanto isso, ferro na boneca que a inflação está aí.
    **Autoria de Marcondes Tedesco
    ***Publicado no Diário do Aço
    ____________________________________
    Uma pequena contribuição de quem gosta de preservar a memória de nosso povo.

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  6. Que delícia poder ler uma crônica do meu saudoso pai por aqui. Ele era feliz e transmitia essa felicidade pelos poros tb........ Parabéns a casa da Memória e pequisa de Timóteo.
    Juliana Tedesco

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